A criação da Afubra, em 21 de março de 1955, em Santa Cruz do Sul/RS, foi motivada tanto pela inexistência de defesa e assistência aos fumicultores quanto pela falta de amparo financeiro em decorrência de prejuízos com granizo e também pela instabilidade do mercado e do preço do fumo. A primeira assembleia reuniu 1,5 mil produtores e nascia a Associação dos Plantadores de Fumo em Folha do Rio Grande do Sul. Como não houve retorno positivo quanto a garantia de indenização sobre os danos causados pelo granizo, em 5 de novembro de 1956 os próprios fumicultores criaram o Sistema Mutualista. Em 1963, a entidade começou a atuar também em Santa Catarina e Paraná, passando a chamar-se Associação dos Fumicultores do Brasil. Iniciou com cerca de 100 associados e hoje passa de cem mil associados (este número varia a cada ano).
Mas, além de ser uma entidade que defende a fumicultura, desde a sua fundação, em seus estatutos, incentiva a diversificação das propriedades, por ser sabedora dos problemas da monocultura.
Leia mais:
Falta infraestrutura para fumicultores investirem em outras culturas
De cada 10 cigarros vendidos no Brasil, 4,5 são ilegais
Cigarro ilegal pode ser comprado pela internet
A produção de culturas de subsistência e a venda do excedente e a inclusão de mais produtos para incrementar a renda das famílias sempre foi incentivada. Esse estímulo percebe-se nas ações que a entidade desenvolve, desde a sua fundação, com maior ênfase nos últimos 30 anos, com a criação do Viveiro Florestal, do Projeto Verde é Vida e também com a realização da Expoagro Afubra, que encaminha-se para a 18ª edição.
A diversificação da pequena propriedade enfrenta diversos desafios, quanto a mercado, preço e logística. Porém, têm-se conquistado avanços, nos três Estados do sul do Brasil, com a inclusão da criação de frangos, suínos e bovinos de corte, a produção de leite, de hortifrutigranjeiros e da produção florestal. Aos produtores, cabe o protagonismo, buscando aperfeiçoamento por meio da gestão da propriedade e sistematização coletiva em associações e cooperativas.
Às entidades, cabe a integração entre estas com o objetivo de auxiliar o produtor na organização e, principalmente, no desenvolvimento de políticas públicas que estimulem os pequenos produtores.
Engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, vice-presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra)
Se sua entidade registrada quiser participar da seção, envie sugestão para campo@zerohora.com.br