Se você conferiu as redes sociais nos últimos dias deve ter percebido que o relacionamento de Neymar e Bruna Biancardi segue rendendo discussões. O jogador usou seu perfil do Instagram na quarta-feira (21) para pedir desculpas para a amada após virem à tona boatos de que ele teria traído a namorada com a influenciadora Fernanda Campos.
No texto, Neymar admitiu que errou e que prejudicou Bruna em um momento especial — ela está grávida do primeiro filho do casal. "Bru, já te pedi perdão pelos meus erros, pela exposição desnecessária, mas me sinto na obrigação de vir publicamente reafirmar isso. Se um assunto privado se tornou público, o pedido de perdão tem que ser público. Não me imagino sem você", escreveu o meia-atacante em um trecho do post.
Os comentários
Um dos aspectos que mais chamou atenção na internet sobre a publicação do jogador foram os comentários. Na maioria escritas por homens, as mensagens emanam perdão e compreensão — e houve até quem tenha desejado parabéns para o atleta.
O influenciador digital Boca de 09 escreveu: "Todo mundo erra, eu já errei várias vezes… Eu vacilei mas eu te amo". Já o surfista e ex-BBB Pedro Scooby celebrou: "Viva o amor". O barbeador de famosos Nariko elogiou: "Você é grande, irmão, aqui nessa terra todos nós somos iguais, todos erramos, importante é aprender com os erros e ser feliz, sejam felizes, vocês merecem demais".
O influenciador digital Luva de Pedreiro desejou: "Deus abençoe, irmão". Neymar Pai, por sua vez, parabenizou o filho, acrescentando uma figura de coração: "É isso filho… A vida continua sempre nos ensinando. Parabéns". O ex-BBB Prior reforçou: "Lindo texto, irmão". Já o influenciador Tirulippa enalteceu: "Grande é o homem que admite seus erros e pede perdão".
Mas mulheres também deixaram recados de apoio a Neymar. A influenciadora Gis de Oliveira escreveu: "A vida é feita de erros e acertos, aprendemos com os erros… Isso é ser humano, o amor é capaz do impossível e a vida é só de vocês, vivam". Já a empresária Ceci Pinnheiro publicou: "Vocês são lindos, tudo passa e o amor fica".
Neymar perdoado, Luísa cancelada
Não demorou para que fossem feitas comparações com a cantora Luísa Sonza. A gaúcha foi duramente criticada quando, após anunciar o divórcio do youtuber Whindersson Nunes, engatou um namoro com o músico Vitão alguns meses depois, em 2020.
Na época, acusada de ter traído o humorista, a artista sofreu até com ameaças de morte e precisou começar terapia e se afastar das redes sociais. Um ano depois, Whindersson veio a público esclarecer que, na verdade, foi ele quem terminou a relação e não houve traição. Mesmo assim, a diferença de abordagem do público com ambos os casos foi apontada por alguns na internet.
"Luísa Sonza enfrentou TUDO sozinha, nenhum verificado deu a cara a bater para defendê-la", postou um fã nesta quarta-feira (21). A cantora respondeu: "Isso eu tenho que concordar, não vou dizer nenhum, mas muito, muito poucos, eu lembro bem".
Confira algumas reações:
Dois pesos, duas medidas
Para responder por que o julgamento sobre elas tende a ser mais pesado, Carla Zanella, socióloga e coordenadora da Emancipa Mulher - Escola de Formação Feminista e Antirracista, relembra a origem dos relacionamentos monogâmicos: o controle da prole.
— A monogamia nasce dessa ideia que o homem terá certeza de que os filhos são seus. Para eles, a monogamia nunca foi um tema, porque podiam sair, transar com quem quiser, ter quantos filhos quiser. A monogamia cis-hétero-normativa é uma característica da sociedade patriarcal e o controle do corpo da mulher é extremamente necessário para a sua manutenção.
Enquanto os homens sempre tiveram direito à liberdade, inclusive sexual, as mulheres consideradas "ideais" são monogâmicas, "belas, recatadas e do lar", compara Carla.
— O patriarcado nada mais é do que um sistema multifacetado de proteção a homens cis-hétero-brancos. Os homens detêm a prerrogativa, o direito de serem livres em sua essência. O homem ideal é aquele capaz de conquistar várias mulheres, de transar com várias mulheres. Isso dá a ele, digamos assim, algum tipo de status social. Ele é o garanhão, o bonzão. Por outro lado, a categoria mulher, falando de uma perspectiva cisgênero e heteronormativa, é dividida entre mulheres que são para casar e mulheres mundanas, promíscuas. A mulher que tem o mesmo comportamento do homem ideal, que é sexualmente livre, "não serve para construir uma família".
Nesse contexto, quando um homem trai, é visto como sendo uma ação esperada, natural, quase como biológica da parte dele, defende a socióloga.
— É isso que aprendemos, que o instinto do homem é trair. Ele está fazendo aquilo que é esperado dele. Enquanto a mulher, quando trai, está sendo antinatural, está indo contra sua construção social, sua índole. Ela não é uma "mulher de família". Então esse julgamento sobre ela é muito mais pesado — explica.
— Um aspecto muito interessante a ser analisado é que, quanto mais tradicionais são as famílias, mais comum é a presença da amante — acrescenta.