Em tempos de pandemia (e sem data pra acabar), o mercado erótico segue lucrando. Desde março, quando o coronavírus chegou com força ao Brasil, as vendas do setor subiram 4,12% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são de uma pesquisa feita pelo portal Mercado Erótico e divulgada no início deste mês. Foram ouvidos 120 lojistas do país, que vendem produtos sensuais pela internet ou de porta em porta.
– O levantamento analisou os meses de março, abril e maio e nós percebemos, além da alta nas vendas no geral, um aumento de 50% na comercialização de vibradores – afirma a empresária e consultora do mercado erótico Paula Aguiar, que liderou a pesquisa. Segundo ela, os produtos favoritos até então eram cosméticos como géis de massagem e lubrificantes.
No entanto, com decretos restringindo a abertura de lojas físicas para frear o avanço da covid-19, o jeito foi mesmo focar no serviço online para atender a demanda. Os e-commerces também têm a vantagem da discrição.
As mulheres ainda são as principais consumidoras e compram itens para se divertir com os (as) parceiros (as), mas também para o próprio prazer e autoconhecimento. Muitas perceberam, impulsionadas na quarentena, a importância de explorar o próprio corpo.
Por isso, Donna selecionou cinco sex shops que vale a pena conhecer, do conforto e da privacidade do seu lar. São lojas comandadas por mulheres, com um acervo de produtos eróticos selecionados por quem entende de prazer feminino. E, caso você se preocupe, elas garantem: as embalagens são discretas:
Climaxxx
Foi criada em 2016 e tem duas sócias: Larissa Ely e Clariana Leal. A ideia da loja online surgiu justamente quando a primeira entrou em um sex shop em Porto Alegre e saiu insatisfeita com o "estereótipo". Assim, elas perceberam que esse mercado precisava de empreendedoras. A Climaxxx oferece consultoria e uma curadoria especial de toys. Fica a dica: tem vibrador que parece um batom! No Instagram, as gurias dão várias dicas para fortalecer a autoestima. Entrega em todo o Brasil.
Egalité
O sex shop foi criado em Porto Alegre há oito anos e é comandado por Zélia Peters e Luana Lumertz, mãe e filha, respectivamente. Surgiu como uma fonte de renda para as duas, mas se tornou bem mais que isso:
– Nós queríamos empreender e o sexo sempre foi um assunto tranquilo em casa. A gente percebia algumas amigas comentando que tinham vergonha e dificuldade na hora de atingir o orgasmo. Foi com a vontade, justamente, de trazer mais igualdade na hora de ter prazer que pensamos no negócio de sex shop – explica Luana, que hoje fala do assunto também em sua rede social pessoal e em um canal no YouTube. O escritório fica na Capital, mas os produtos são enviados para todo o Brasil.
Pantynova
Há pouco mais de dois anos, Heloisa Etelvina e Izabela Starling, um ex-casal, criaram a Pantynova, com objetivo de ser "um ambiente online onde mulheres se sintam seguras, confortáveis e representadas".
A marca possui um portfólio próprio, que inclui dildos (objetos que imitam um pênis de borracha) e strapons (conhecidas também como cintas penianas), além de vibradores, géis e lubrificantes. No site, há um espaço de conteúdo exclusivo que vai desde uma playlist para entrar no clima a contos eróticos – com algumas ilustrações pra lá de sugestivas. As vendas rolam para todo o país.
Dona Coelha
Em 2011, Natali Gutierrez começou um blog que falava de sexualidade e empoderamento (e que segue sendo atualizado). A ideia do negócio evoluiu porque, como grande parte das mulheres, ela sentia-se desconfortável na hora de comprar produtos eróticos.
Foi assim que surgiu a loja virtual da Dona Coelha, hoje também administrada pelo marido, Renan de Paula. Além de produtos sensuais e toys, o site tem uma seção de lingerie, com opções de bodies. Para a primeira compra, o frete é grátis. Encomendas são entregues em todo o país.
Fique Amiga
Começou como um projeto da estudante de fisioterapia Barbara Ribeiro, a Babi, de 21 anos, para falar sobre o corpo feminino e saúde da mulher nas redes sociais – são mais de 100 mil pessoas que a acompanham no Instagram desde o fim de 2018. E lá a proposta é bem essa: falar de intimidade e autoestima como se estivesse trocando ideia com uma amiga.
Babi percebeu, no entanto, uma demanda das seguidoras: falar sobre sexualidade. E notou que elas tinham dificuldade em encontrar produtos eróticos que fossem mais acessíveis – é bem verdade que alguns toys são caros, especialmente se forem importados. Ela, então, passou a vender pelo direct vibradores, cosméticos e outros acessórios. Há um mês, ela criou o e-commerce. Segundo Babi, é "espacinho de amor online cheio de vibrações positivas". Envia para todo o Brasil.