O mundo pet também tem suas exceções. Embora seja um comportamento raro, às vezes uma cadela pode aceitar o macho mesmo estando sem sinais de cio. E de forma voluntária, o que é mais surpreendente.
Quando isso acontece, é importante avaliar se a cadela não está com alguma disfunção nos genitais e no sistema endócrino. Infecção vaginal, uterina ou até mesmo de um folículo do ovário, que chamamos de folículo-persistente, podem explicar uma cópula fora do período reprodutivo da cachorrinha. Isso porque os odores causados por doenças do trato reprodutor podem, por sua vez, despertar o interesse do macho. Ainda assim, a fêmea dificilmente irá permitir a cópula, pois sua genitália não estaria devidamente preparada para o ato. Contudo, algumas doenças venéreas e patologias do trato reprodutivo podem cursar com o aumento do volume da vulva, o que de certa forma facilitaria o ato sexual mesmo fora da época.
Sabe-se também que uma grande excitação criada no momento de um reencontro, citando um exemplo, pode também ser fator desencadeante para uma cópula fora do período reprodutivo. No caso de um casal de cachorros jovem, acostumado a viver juntos e que foi separado por longa data, pode o macho se excitar de tal forma por estar de volta à casa e à companheira, que resulta em um ato sexual fora do cio.
Obviamente, um cruzamento fora do período reprodutivo da fêmea não vai gerar filhotes. Contudo, se o interesse do macho se mantiver por mais tempo, pode ser sinal de que algum odor esteja presente mesmo que o olfato humano não consiga captar. Quando é assim, é importante visitar o médico-veterinário que, por meio de exames e imagens, consegue explicar esse interesse fora de época.
Também não se pode descartar a proximidade do cio como fator de interesse. Embora os tutores não percebam, a mascote já começou a exalar os sutis odores da reprodução.