A chegada da nova estação pode pegar de surpresa alguns tutores desavisados sobre a fisiologia de seus mascotes, ainda mais se estes chegaram na casa há poucos anos. Algumas raças, e isso vale para cachorros mestiços também, costumam perder pelo na entrada do outono.
Isso pode explicar duas situações recentes em sua casa: aquele montinho de fios que você junta o tempo todo e que parece não ter fim, e as falhas na pelagem do animal, que parecia ser uma doença de pele. Claro, vale ficar atento: seu animal pode, de fato, estar desenvolvendo uma doença que reflita negativamente na saúde da pele e do pelo, como parasitas e até mesmo diabetes. Mas a confusão costuma ocorrer pois é nessa época do ano que muitos animais costumam "soltar pelo".
A boa noticia é que isso é passageiro. Porém, serão de dois a três meses encontrando pelo na casa toda. Mas há maneiras de fazer esse período ficar mais curto. Veja:
Tosar seu pet
Isso vale para cães e gatos. Deixar a pelagem baixinha não impede seu mascote de largar pelos na casa, mas ao menos os fios serão mais curtos. O aspecto de falhas na pele do animal também diminui, pois fica difícil ver onde está o pelo baixo e onde ele está ralinho por conta da queda.
Escovação
Para quem não quer tosar, uma alternativa para se livrar ao menos dos pelos esvoaçantes é escovar o mascote duas ou três vezes ao dia. Não é fácil, mas ajuda bastante. O pelo que deveria estar pela casa fica retido na escova.
O problema é que os fios não têm hora para cair e, por conta disso, a escovação deve ser frequente. Mas escovar não impede que seu mascote apresente as falhas no pelo: apenas ajuda da limpeza da casa, fazendo com que os fios sejam removidos pela escova.
Banho
Somente dar banho em seu animal de estimação não ajuda muito - já que as falhas e a queda de pelo continuam -, mas funciona na mesma medida que a escova. Os pelos que deveriam cair pela casa ficam no banho, o que pode responder pelo entupimento do ralo do seu chuveiro, por exemplo. Sim, isso acontece. Quem costuma dar banho em animais grandes em chuveiro sabe o tamanho do chumaço que é removido de dentro do ralo.
O que incomoda alguns tutores é que a perda de pelo nessa época do ano não é homogênea. Enquanto as patas seguem peludas, as áreas de maior atrito, como lombo e peito, ficam mais ralinhas.
Outro problema que pode ocorrer se você não der um jeito de recolher os pelos enfraquecidos é que os fios podem emaranhar e criar o ambiente adequado para a proliferação de fungos naquela área de pele imediatamente embaixo do nó.
Para ter um aspecto mais homogêneo na pelagem e dar adeus aos pelos que se acumulam pela casa, o jeito é partir para a tosa, que também não deixa de ser um bom recurso para higiene de longo prazo. Se o receio é por conta do frio, não tem problema: uma boa roupinha de malha resolve a questão. Depois de tosar, seu pet também está livre do risco de criar nós nos pelos, o que favorece a reprodução dos fungos.
Se você preferir nãp tosar, em algumas semanas essas falhas começam a desaparecer por conta dos pelos novos que estão surgindo. Ainda que isso aconteça naturalmente e sem fungos, segue sendo uma boa dica manter a escovação diária no mascote que está trocando de pelo.
Contudo, se o aspecto for de cachorro doente e com falhas no pelo, uma visita ao veterinário pode esclarecer se o seu mascote não está sofrendo de doenças sistêmicas ou até mesmo de deficiência nutricional.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.