É esperado para os próximos dias o veredito do julgamento que envolve os atores Johnny Depp, 58 anos, e Amber Heard, 36, que se acusam de violência doméstica nos Estados Unidos. Os dois estão se processando por difamação, cada um afirmando que foi abusado antes do outro durante o casamento, que durou pouco mais de um ano e acabou em 2016. O juizado deve definir o desfecho do caso nesta terça-feira (31).
Todo o julgamento foi transmitido ao vivo. Só na sexta-feira (27), mais de um milhão de pessoas assistiram à argumentação final dos advogados dos artistas. Em uma rede social, a hashtag "Justiça para Johnny Depp" obteve 17 bilhões de visualizações até sábado (28), enquanto a hashtag "Justiça para Amber Heard" teve 59 milhões.
Para especialistas, é possível que o apoio da opinião pública e do "tribunal da internet" favoreça Depp no julgamento real.
— Nós sabemos que há vários estudos que mostram que os jurados podem se sentir inclinados a fazer pesquisas na internet, mesmo que sejam instruídos a não fazer. Então existe a possibilidade de que eles vejam o que está sendo dito nas redes sociais, e em alguma medida isso pode favorecer o Johnny — explicou a consultora jurídica Natalie Gordon em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo (29).
Nas últimas semanas, também ganharam repercussão nas redes sociais vídeos ridicularizando o depoimento de Amber Heard no tribunal. Na última quinta-feira (26), a atriz disse que se sentiu humilhada e que seu testemunho levou a "centenas de ameaças de morte diárias" e a forçou a "reviver o trauma" de seu casamento.
— É horrível... É humilhante para qualquer ser humano passar por isso e talvez seja fácil de esquecer, mas eu sou um ser humano — desabafou. — Como estou aqui hoje, não posso ter uma carreira. Não posso nem ter pessoas associadas a mim por causa das ameaças e dos ataques que terão de suportar.
Relembre o caso
Em 2016, quando Depp e Amber se separaram, ela pediu uma ordem de restrição contra o ex-marido, alegando que ele a agredia devido ao uso exagerado de álcool e drogas. Em dezembro de 2018, a atriz escreveu um artigo de opinião no jornal The Washington Post em que afirmava ser uma sobrevivente de violência doméstica de uma figura pública, sem citar o nome do ator.
Por conta disso, Depp afirma que foi difamado e processa Amber em US$ 50 milhões (cerca de R$ 233 milhões) por difamação. Ela, por sua vez, rebate e pede US$ 100 milhões (cerca de R$ 502 milhões).
Em 2020, em Londres, o ator também processou a editora do jornal The Sun por um artigo que o apresentava como um marido violento. Depp admite ter abusado de drogas e álcool, mas insiste que nunca bateu em uma mulher. A justiça britânica decidiu a favor do The Sun, considerando que "a grande maioria dos supostos ataques foi comprovada".