O ator Johnny Depp perdeu a ação que movia contra o jornal britânico The Sun, em Londres. A decisão, anunciada nesta segunda-feira (2), foi do juiz Andrew Nicol, da Suprema Corte do Reino Unido, e baseada em depoimentos colhidos por 16 dias em julho. O protagonista da franquia Piratas do Caribe processava o tabloide por difamação após ser retratado como um marido violento em matéria publicada há dois anos.
No processo, Depp acusava o jornal britânico e seu proprietário, o News Group Newspapers (NGN), de apresentar a premissa como um fato comprovado em uma matéria publicada em abril de 2018, na qual foi chamado de "agressor de esposas". O texto afirma que ele havia agredido sua então esposa, a atriz norte-americana Amber Heard.
O ex-casal depôs diante do juiz em uma audiência que durou três semanas na Alta Corte de Londres, expondo suas vidas pessoais tumultuadas e fazendo alegações de abusos domésticos, consumo de drogas e casos extraconjugais.
Em decisão favorável ao jornal, o juiz diz "que a grande maioria das alegadas agressões à sra. Heard pelo sr. Depp foram provadas de acordo com o padrão civil". Em outro trecho, também refuta a tentativa do ator de caracterizar Amber como uma "gold-digger" - em português, "golpista" ou "interesseira".
"Embora ele tenha provado os elementos necessários da sua causa de ação por difamação, os réus mostraram sustentaram a veracidade substancial do que publicaram", afirmou o juiz. "Não foi necessário considerar a 'malícia' dos réus, porque isso é irrelevante para a defesa legal da verdade".
O casal se conheceu nas filmagens do longa Diário de um Jornalista Bêbado, em 2011, e se casou em fevereiro de 2015, em Los Angeles. O divórcio aconteceu no início de 2017. Amber citou "anos de violência física e psicológica", o que Johnny sempre negou.
No processo de divórcio, Amber retirou a denúncia, e o ator pagou US$ 7 milhões (cerca de R$ 23 milhões), quantia que a atriz destinou a várias instituições de caridade.