Em depoimento nesta quinta-feira (26), a atriz Amber Heard, 36, disse que se sentiu humilhada e recebeu centenas de ameaças de mortes após testemunhar no processo de difamação movido pelo seu ex-marido, o ator Johnny Depp. Os dois, que foram casados até 2016, brigam na Justiça após acusações e pedidos de indenização de ambos os lados.
— Eu sei quantas pessoas vão aparecer e dizer qualquer coisa por ele — afirmou ela. — Esse é o poder dele. É por isso que escrevi o artigo. Eu estava falando desse fenômeno.
Em 2016, quando Depp e Amber se separaram, ela pediu uma ordem de restrição contra o ex-marido, alegando que ele a agredia devido ao uso exagerado de álcool e drogas. Em dezembro de 2018, a atriz escreveu um artigo de opinião no jornal The Washington Post em que afirmava ser uma sobrevivente de violência doméstica de uma figura pública, sem citar o nome do ator. Por conta disso, Depp afirma que foi difamado e processa Amber em US$ 50 milhões (cerca de R$ 233 milhões) por difamação. Ela, por sua vez, rebate e pede US$ 100 milhões (cerca de R$ 502 milhões).
Em 2020, em Londres, o ator também processou a editora do jornal The Sun por um artigo que o apresentava como um marido violento. Depp admite ter abusado de drogas e álcool, mas insiste que nunca bateu em uma mulher. A justiça britânica decidiu a favor do The Sun, considerando que "a grande maioria dos supostos ataques foi comprovada".
No seu depoimento, Amber também negou repetidamente as acusações de que estava mentindo ou enganando os jurados. De acordo com ela, seu testemunho levou a "centenas" de ameaças de morte diárias e a forçou a "reviver o trauma" de seu casamento.
— Isso é horrível... É humilhante para qualquer ser humano passar por isso e talvez seja fácil de esquecer, mas eu sou um ser humano — desabafou. — Como estou aqui hoje, não posso ter uma carreira. Não posso nem ter pessoas associadas a mim por causa das ameaças e dos ataques que terão de suportar.
As alegações finais serão feitas nesta sexta-feira (27), seguidas pelas deliberações do júri.