A Justiça da Virginia, nos Estados Unidos, negou um pedido da defesa do ator Johnny Depp para arquivar a ação de US$ 100 milhões (cerca de R$ 480 milhões) movida por sua ex-esposa, a atriz Amber Heard. Em sua resposta, a juíza Penney Azcarate alegou que é obrigada por lei a garantir que o júri chegue a um veredicto, se houver possibilidades de a alegação da atriz prevalecer.
Durante o imbróglio que circunda a briga do casal após a separação, cujo capítulo atual é o duplo processo de difamação movido por ambos, um contra o outro, um pedido de anulação do processo de Depp, solicitado pela defesa de Heard, já tinha sido negado pela Justiça. O ator pede US$ 50 milhões de Heard.
Na terça-feira (24), o processo teve depoimento do presidente da DC Films, Walter Hamada. Ele explicou que a participação da atriz nos filmes da série Aquaman não foi afetada pelas declarações do ex-marido sobre ela.
Segundo o produtor, a artista e o ator Jason Momoa, que interpreta Aquaman, não tinham tanta química e a redução de seu papel no segundo filme se deu quando a produção decidiu focar a sequência nos personagens masculinos.
JÚRI
Esta sexta-feira (27) será o dia para as alegações finais. Depois disso, o júri deve dar seu veredicto, que ainda não tem data prevista para ser anunciado.
Segundo a emissora Court TV, rede de transmissão digital americana especializada em temas jurídicos, o júri é composto de seis homens e três mulheres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
As acusações
Em 2016, quando Depp e Amber se separaram, ela pediu uma ordem de restrição contra o ex-marido, alegando que ele a agredia devido ao uso exagerado de álcool e drogas. Em dezembro de 2018, a atriz escreveu um artigo de opinião no jornal The Washington Post em que afirmava ser uma sobrevivente de violência doméstica de uma figura pública, sem citar o nome do ator.
Por conta disso, Depp afirma que foi difamado e processa Amber em US$ 50 milhões (cerca de R$ 233 milhões) por difamação. Ela, por sua vez, rebate e pede US$ 100 milhões (cerca de R$ 502 milhões).
Em 2020, em Londres, o ator também processou a editora do jornal The Sun por um artigo que o apresentava como um marido violento. Depp admite ter abusado de drogas e álcool, mas insiste que nunca bateu em uma mulher. A justiça britânica decidiu a favor do The Sun, considerando que "a grande maioria dos supostos ataques foi comprovada".
O julgamento por difamação foi iniciado no dia 11 de abril e está em sua última semana. O ator deve depor novamente como uma das três testemunhas chamadas pela equipe jurídica da atriz. As alegações finais estão previstas para sexta-feira (27).