Chega à etapa final o julgamento que tem dominado as manchetes de publicações no mundo todo no último mês: os atores Johnny Depp, 58 anos, e Amber Heard, 36, que foram casados até 2016, brigam na Justiça após acusações e pedidos de indenização de ambos os lados.
Na manhã desta segunda-feira (23), a disputa judicial — que chama atenção por histórias nada convencionais, incluindo dedo decepado e fezes na cama — contou com novos capítulos. Uma mulher com o filho no colo foi expulsa do tribunal após gritar:
— Johnny, eu te amo! Nossas almas estão conectadas. Esse bebê é seu!
De acordo com relatos, o ator acenou para a mulher enquanto ela era retirada pela segurança. O fato foi descrito pelo canal Law & Crime Network, que está transmitindo o julgamento, e publicado pelo jornal O Globo.
Ainda na segunda-feira, foram apresentadas fotos do dedo ensanguentado do artista aos jurados. Vale lembrar que, de acordo com os relatos de Depp, sua ex-esposa frequentemente perdia o controle e, uma vez, jogou uma garrafa de vodca nele. Neste episódio, ele diz ter precisado de atendimento médico urgente porque teve a ponta de um dos dedos decepada. A atriz negou que isso tenha acontecido e disse que só jogou coisas no marido para tentar escapar nos momentos em que ele se tornava agressivo.
O médico-cirurgião Richard Moore, especialista em procedimentos em mãos, foi ouvido como testemunha de defesa de Amber. Segundo informações da agência de notícias Reuters publicadas pelo portal g1, Moore, que revisou os registros médicos do artista, afirmou não acreditar que a lesão de Depp tenha ocorrido da maneira que o ator descreveu.
— A ferida realmente não parece ser uma laceração de vidro afiada — opinou.
O profissional ainda disse acreditar que foi uma "lesão por esmagamento", embora tenha reconhecido sob interrogatório dos advogados de Depp que não poderia dizer com certeza o que aconteceu com o dedo.
Já Amber disse, durante seu testemunho, que achava que o ex-marido poderia ter se machucado quando quebrou um telefone na parede em "pedaços" durante a discussão na noite do incidente.
Entenda as acusações
Em 2016, quando os atores se separaram, Amber pediu uma ordem de restrição contra o ex-marido, alegando que ele a agredia devido ao uso exagerado de álcool e drogas. Em dezembro de 2018, a atriz escreveu um artigo de opinião no jornal The Washington Post em que afirmava ser uma sobrevivente de violência doméstica de uma figura pública, sem citar o nome do ator. Por conta disso, Depp afirma que foi difamado e processa Amber em US$ 50 milhões (cerca de R$ 233 milhões) por difamação. Ela, por sua vez, rebate e pede US$ 100 milhões (cerca de R$ 502 milhões).
Em 2020, em Londres, o ator também processou a editora do jornal The Sun por um artigo que o apresentava como um marido violento. Depp admite ter abusado de drogas e álcool, mas insiste que nunca bateu em uma mulher. A justiça britânica decidiu a favor do The Sun, considerando que "a grande maioria dos supostos ataques foi comprovada".
O julgamento por difamação foi iniciado no dia 11 de abril e está em sua última semana. O ator deve depor novamente como uma das três testemunhas chamadas pela equipe jurídica da atriz. Ex-namorada de Depp, a modelo Kate Moss também deverá testemunhar. Seu depoimento, a favor do artista, está marcado para quarta-feira (25). As alegações finais estão previstas para sexta-feira (27).