O segundo filho da rainha Elizabeth II, príncipe Andrew, afastado da vida pública britânica devido a um escândalo de abuso sexual, perdeu nesta quarta-feira (27) o título honorífico que lhe havia sido concedido pela cidade inglesa de York, ao norte da Inglaterra, da qual é duque.
Após uma votação unânime dos conselheiros locais, ele perdeu a distinção de Freedom of The City of York (em tradução livre, liberdade da cidade de York) que havia recebido em 1987. O título remonta a 1.272, quando os freemen (em inglês, homens livres) encarregavam-se de controlar o comércio e administrar os direitos de pastagem, mas hoje não tem mais do que um valor honorífico.
Moradores de York disseram à AFP que a associação do príncipe Andrew à cidade é uma "vergonha", e alguns, como Gwen Swinburn, pediram que lhe fosse retirado o título de duque de York.
O duque de York, 62, foi privado, em janeiro deste ano, de qualquer cargo oficial e não pode usar o título de Alteza Real, após ter sido acusado pela americana Virginia Giuffre de agressão sexual em 2001, quando ela era menor. O caso teve um desfecho em fevereiro, com um acordo extrajudicial.
Em carta enviada a um juiz de Nova York em nome de ambas as partes, o advogado de Virginia, David Boies, afirmou que o acerto inclui uma doação para a instituição beneficente comandada por ela, em prol de vítimas de tráfico sexual.
No processo, Virginia declara que fez sexo com o príncipe quando tinha 17 anos, depois de conhecê-lo por meio do falecido financista norte-americano Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão enquanto aguardava julgamento por pedofilia.
Andrew não foi acusado criminalmente e negou as acusações. O acordo significa que o caso civil não irá a um julgamento com júri. Isso também garante que Andrew não será mais interrogado sob juramento pelos advogados de Giuffre.