A polêmica envolvendo acusações de abuso sexual contra o príncipe Andrew, 61 anos, ganhou novo episódio. Segundo documentos judiciais apresentados nesta terça-feira(15), o filho da rainha Elizabeth II chegou a um acordo extrajudicial com Virginia Roberts Giuffre, 38, em que lhe garantiu uma substancial quantia em dinheiro.
Em carta enviada a um juiz de Nova York em nome de ambas as partes, o advogado de Giuffre, David Boies, afirma que o acerto inclui uma doação para a instituição beneficente comandada por Virginia, em prol de vítimas de tráfico sexual.
No processo, Virginia declara que fez sexo com o príncipe quando tinha 17 anos, depois de conhecê-lo por meio do falecido financista norte-americano Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão enquanto aguardava julgamento por pedofilia.
Andrew não foi acusado criminalmente e negou as acusações. O acordo significa que o caso civil não irá a um julgamento com júri. Isso também garante que Andrew não será mais interrogado sob juramento pelos advogados de Giuffre.
"As partes apresentarão uma renúncia acordada assim que a sra. Giuffre receber o acordo (cujo valor não é divulgado)", disse o documento. "O príncipe Andrew nunca teve a intenção de difamar o caráter de Giuffre e aceita que ela sofreu tanto como vítima de abuso quanto como resultado de ataques públicos injustos", acrescentou.
"Ele promete demonstrar arrependimento por sua associação com Epstein, apoiando a luta contra os danos do tráfico sexual e suas vítimas".
Em janeiro, o príncipe foi destituído de seus títulos militares honorários e funções filantrópicas, depois que o juiz de Nova York Lewish Kaplan negou seu pedido para arquivar o caso de Giuffre.
Ilha privada
Giuffre, agora com 38 anos, alega que Andrew a agrediu sexualmente na casa de Ghislaine Maxwell, companheira de Epstein e socialite em Londres, depois de uma festa em março de 2001.
Ela processou o príncipe no ano passado por danos não especificados, alegando que foi vítima de tráfico sexual nas mãos de Epstein e Maxwell.
Em dezembro, Maxwell foi condenada por recrutar e aliciar menores para abuso sexual por parte de Epstein, expondo um mundo dramático de tráfico sexual entre ricos e poderosos.
Além de Londres, Giuffre também disse que Andrew a assediou na casa de Epstein em Nova York e na ilha particular de Epstein nas Ilhas Virgens Americanas.
Andrew, o segundo filho da rainha Elizabeth II, se retirou da vida pública como membro da realeza em 2019, depois de uma entrevista da BBC amplamente criticada, na qual ele tentou se justificar da acusação.