Nesta segunda-feira (31), completam-se 23 anos da morte da princesa Diana - conhecida também como Lady Di ou "princesa do povo". Mãe dos príncipes William e Harry, a ex-esposa do príncipe Charles já quebrava protocolos reais nos anos 1990.
Foi uma das mulheres mais admiradas no século 20 por suas atitudes e engajamento em causas sociais, além de ter sido um ícone de beleza, elegância e comportamento. Autêntica, Lady Di é, até hoje, uma mulher inspiradora.
Sua morte prematura, quando tinha 36 anos, em um acidente de carro em Paris, em 1997 - quando William e Harry tinham, respectivamente, apenas 15 e 12 anos - chocou o mundo inteiro. Em sua homenagem, selecionamos cinco situações em que ela mostrou ter personalidade e fez história na família real britânica.
Não disse que obedeceria ao marido no casamento
Até o casamento de Diana e Charles, fazia parte da tradição que a pretendente que fosse trocar alianças com o príncipe deveria proferir os votos já escritos pela família real - que incluía a promessa de "obedecer ao marido".
Ela foi a primeira a discordar da premissa de sujeição e escreveu os próprios votos para a cerimônia, realizada no dia 29 de julho de 1981, na Catedral de São Paulo, em Londres, quando tinha apenas 19 anos. Seu exemplo foi seguido posteriormente por Kate Middleton e Meghan Markle.
Contribuiu para quebrar o estigma sobre a aids
Em abril de 1987, Diana abriu a primeira unidade para tratar exclusivamente pacientes portadores de aids construída no Reino Unido. No dia da inauguração, diante da mídia mundial, ela apertou a mão, sem luvas, de um homem que sofria da doença, desafiando o estigma de que a condição era contagiosa pelo toque.
Com um único gesto, quebrou paradigmas sobre a "epidemia do século" e desacreditou de crenças alimentadas pelo medo e pela ignorância.
Usou o famoso"vestido da vingança"
Dona de um estilo clássico, o guarda-roupa da princesa ainda é ícone de elegância e feminilidade. Vários de seus vestidos marcaram época, mas um em especial entrou para a história por traduzir um dos episódios mais marcantes da vida da princesa.
Batizado de revenge dress (vestido da vingança), o famoso vestido preto foi usado em 1994, dois anos após a separação do príncipe Charles. Pouco antes de vesti-lo para um evento, Diana assistiu em casa à famosa entrevista de tevê onde o ex-marido confirmou ter tido um caso com Camilla Parker Bowles enquanto ainda era casado.
O mundo esperou pela primeira aparição pública de Diana e sua reação à declaração. Rumores dão conta que ela chegou a pensar em cancelar sua aparição no evento, mas finalmente decidiu seguir em frente e encarar de vez a mídia. Diana teria separado um modelo amarelo do estilista Valentino para a festa, mas fez uma pequena alteração de planos e elegeu um ousado e revelador modelito preto no lugar dele.
O revenge dress de Diana quebrou uma série de protocolos de uma só vez. Além de ser preto (cor usada pela realeza durante o dia apenas em ocasiões de luto), era justíssimo e curto. A princesa o deixou ainda mais revelador puxando as alças para os lados e tornando-o praticamente um tomara que caia.
A estratégia deu certo. Os jornais, que esperavam retratar uma Diana abatida pela entrevista do ex-marido, se concentraram em elogiar o corpo e o vestido usado por ela. Pouco se falou no escândalo e muito se comentou sobre como aquela bela mulher parecia estar lidando bem com a confissão de Charles. Uma vingança sutil conseguida apenas com um inteligente remanejo de roupas.
Assumiu que tinha transtornos alimentares
A primeira vez que o transtorno alimentar da princesa veio à tona foi em 1985, durante uma entrevista concedida à emissora britânica BBC. Ao jornalista Martin Bashir, Diana abriu o jogo sobre sua vida pessoal - os bastidores da crise de seu casamento e a luta contra contra a bulimia.
— Eu não gostava de mim, sentia vergonha por não conseguir lidar com as pressões. Tive bulimia por muitos anos, e é como uma doença secreta. É um comportamento repetitivo muito destrutivo. Era uma válvula de escape — disse Lady Di, à época
Em 1991, Diana contatou o escritor Andrew Morton, autor da biografia Diana: Sua Verdadeira História, para dar sua versão dos acontecimento. Apesar de negar envolvimento com o livro na época, recentemente os áudios enviados pela princesa ao autor foram divulgados para a mídia.
Em uma das gravações, Diana conta que passou a sofrer de bulimia e ansiedade por causa da tensão gerada pelo relacionamento com Charles.
— Lembro-me da primeira vez em que provoquei esse mal. Achei que seria uma forma de aliviar a tensão (...) A bulimia começou uma semana antes do casamento. Charles botou a mão em minha cintura e disse que eu estava um pouco gorda. Aquilo disparou alguma coisa em mim — explicou ela.
Diana relatou ainda que, na primeira vez em que experimentou o vestido de noiva, tinha 73cm de cintura. No dia do casamento, estava com 60cm.
Fez questão de ser uma mãe presente
Indo de encontro com outro costume da família real, Diana não raro dispensava o trabalho de babás e se dedicava de corpo e alma para a criação dos filhos. Ela costumava se agachar para falar olhando nos olhos dos pequenos, atitude nunca antes vista pelos membros da família real. Também levava os meninos para lanchar no Mc Donald's e deixava que eles andassem de transporte coletivo. Quando os levou para a Disney, William e Harry esperaram a entrada dos brinquedos nas filas convencionais. Além disso, insistiu para que os filhos frequentassem a escola pública.
Diana também era a "mãe sincerona". Em entrevista à BBC em 1995, relatou como contou para William sobre a traição do pai.
— William me perguntou o que estava acontecendo e se eu poderia responder a suas perguntas, o que eu fiz com muita sinceridade — disse a princesa, na ocasião.
Os questionamentos do então menino, com 10 anos, surgiram depois que Diana disse à mídia que o casamento com Charles acabou porque "havia três pessoas no relacionamento".
— Eu confirmei a ele que, bem, realmente havia três de nós no casamento. E que a pressão da mídia era outro fator. Embora eu ainda amasse muito o papai, não conseguia viver sob o mesmo teto que ele — explicou ela.
Na mesma entrevista, ela reforçou que se preocupou em evitar mostrar raiva ou rancor de Charles "para não dificultar as coisas para William".