A pimenta tem um papel muito importante na história do mundo. No século XV, o condimento usado nas culinárias europeias, além de trazer aroma e picância aos alimentos, era visto como elemento de distinção social. Na Ásia, a pimenta é tradição, por ter grande oferta da iguaria no continente. Além de harmonizar bem com frutos do mar, o ingrediente virou marca registrada dos pratos asiáticos.
No Brasil, o cenário não é diferente. São mais de 90 espécies de pimentas, nativas de diferentes estados. A diversidade é impressionante: formatos e cores variados, além de características distintas. Algumas são marcantes na picância, outras agregam um aroma inconfundível e podem ser servidos como aperitivo in natura ou em conserva.
Selecionamos 8 pimentas brasileiras para você conhecer melhor e apreciar no seu dia a dia na cozinha!
Cumari
Pimenta pequenininha, podendo ser encontrada na cor amarela, também conhecida como cumari do Pará, e nas cores vermelha e verde, chamada de cumari da Bahia. Ela é bem ardida e com um toque amargo. Muito usada em feijoadas e molhos para trazer sabor e picância, além de ser uma ótima fonte de ativos antioxidantes e vitamina A, E e C.
Murupi
A pimenta-murupi, como é popularmente conhecida no Brasil, é uma variedade da espécie Capsicum chinense, cultivada em Manaus e no Pará. É considerada uma das pimentas mais fortes no território nacional, por isso, ganhou o nome de "rainha brasileira". Para exemplificar, a pimenta malagueta está na faixa de 50.000 a 100.000 pontos na Escala Scoville, que mede a picância das pimentas do mundo. A murupi marca acima de 180.000 pontos.
Arriba Saia
Da mesma espécie da murupi, a arriba saia é outra pimenta recomendada só para os fortes, conhecida também como umbigo de tainha. Na Escala Scoville, a pimenta marca 250.000 pontos. No litoral norte, é muito usada para preparar molhos que acompanham frutos do mar, esmagada fresca com caldo de peixe, cebola, alho e coentro.
Dedo-de-moça
Uma das pimentas mais populares no Brasil. É considerada uma pimenta picante, mas com um sabor único que dá um toque diferente aos pratos do dia a dia. Se as sementes forem retiradas, fica mais suave. Sua versatilidade na cozinha serve tanto para conservas e molhos, quanto para doces, como a geleia de pimenta.
Malagueta
A tão temida pimenta brasileira! Embora não seja a mais forte, é uma das pimentas nacionais com alto grau de picância. Por isso, pegue leve na hora de usar os molhos e conservas. Antes da chegada dos europeus às Américas, malagueta costumava ser o nome da pimenta-da-guiné, original da África. Ao entrar em contato pela primeira vez com a espécie brasileira, passaram a chamá-la de malagueta por ser tão picante quanto a africana. A versão silvestre e sem cruzamento com outras espécies pode ser encontrada pelo nome malaguetinha-caipira.
Pimenta bode
É ideal para temperar saladas, já que é muito saborosa e pouco ardida. É bastante usada na culinária goiana, já que o estado é um dos maiores produtores do tempero. Existem distintas variedades da pimenta bode, como a amarela, com característica picante; a roxa, a mais suave delas; e a vermelha, que costuma ser a mais forte.
Cambuci
Irmã da dedo-de-moça, numa versão mais leve, já que não causa ardência. Também conhecida como chapéu de bispo, é mais parecida com pimentão. Pode ser refogada ou até servida recheada, depois de retirar as sementes e ir ao forno. De cor verde e formato que lembra a fruta cambuci - por isso o nome -, é ideal para antepastos e acompanhamento.
Biquinho
A pimenta-biquinho é bem comum no sudeste, onde é cultivada. De ardência leve e com um aroma incrível, é usada para dar um toque sutil de sabor, inclusive em receitas doces, como a geleia. Você também pode comer in natura, como aperitivo. As receitas de conversa com alecrim e molhos caseiros realçam bastante o sabor dela. Também pode ser usada em carreteiros e marinada de carnes.