Que avalanche de referências e ensinamentos estamos tendo em conversas com os grandes nomes da gastronomia no nosso Instagram (@destemperados).
Não sei se vocês têm acompanhado. Se ainda não, deveriam. Do fundo do meu coração. É de uma magnitude tão grande o que temos discutido, que, por mais angustiante que sejam os dias de hoje, nos passam um certo conforto.
É paradoxal termos, mesmo que por alguns minutos, palavras de carinho ditas pelos nossos ídolos, num mundo que transborda incertezas. Acaba que coloca todo mundo na mesma página, a de mostrar que estamos exatamente na mesma situação, independentemente da vontade de cada um. Os maiores nomes da gastronomia no nosso país também perdem o sono. Tá tudo bem, isso não é problema. Muito pelo contrário. Estranho seria se estivéssemos confiantes e achando que em seguidinha tudo volta ao normal.
Daí me veio uma ideia agora que quero dividir com vocês. E se a gente parasse de tentar fazer com que as coisas voltem a ser como antes? Porque é importante concordarmos com o seguinte: não vai rolar, fera. Correto? Das coisas mais óbvias até as nem tão evidentes assim, tudo vai mudar. Doa a quem doer.
Então, quanto mais tempo demoramos para aceitar, mais difícil será a retomada. Quem sabe usamos esse hiato, já que estamos de mãos atadas, para reavaliar nossos negócios, ponderar coisas que talvez nem façam mais tanto sentido e voltar ainda mais fortes?
Não adianta nada gastar energia agora, ficar batendo cabeça, para estar exausto e esgotado justo quando o mercado reabrir. Esta hora de reinaugurações será o momento de estarmos todos plenos, com os pulmões cheios.
Só uma coisa é inaceitável neste contexto todo: não vai dar para fazer exatamente as mesmas coisas de sempre. O mundo mostrou que não funciona mais. E isso não é necessariamente ruim.
Talvez essa nova era seja mais leve, mais bonita e faça bem mais sentido do que a antiga. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente. Mas, para isso, precisamos aceitá-la.