Cara, tenho tanta coisa para falar sobre cerveja que fica difícil organizar as coisas de uma forma coerente e que faça sentido. Sabe aquele momento meio “DR”, em que a gente fica com um monte de coisas na cabeça mas não consegue estruturar direito o raciocínio? Acho que uma boa maneira é entender a quem exatamente eu dedico estas linhas.
Não é para ti, cervejeiro de carteirinha. Sei que já estás superorgulhoso do momento em que estamos vivendo, com cada vez mais variedades e eventos dedicados ao mundo da cerveja por todos os cantos. Coisa boa, né?
Não é nem para ti, querido produtor local, que já começou a fazer tua própria bira movido pela paixão e pela facilidade na condução de todo o processo, seja em casa ou em galpões. Tu és um vencedor.
Este desabafo é para ti, que ainda estás engatinhando no assunto e ficas entediado toda vez que o ato de abrir uma cerveja nova, ao invés de ser prazeroso e divertido, é seguido por uma discussão infinita de opiniões relacionadas a coisas polêmicas, desconexas e pouco interessantes sobre o líquido precioso.
Queria ser bem direto e te dizer o seguinte: esqueça essa história, não dá bola para isso. Cerveja é uma parada muito pessoal e, ao mesmo tempo, extremamente sagrada, todos temos paladares, ritmos, manias e histórias diferentes. Ninguém tem o direito de interferir nisso ou dizer o que é melhor ou pior para a tua vida, cara.
A gastronomia como um todo só cresceu porque aos poucos foi se descomplicando, mostrando para cada vez mais gente que é um movimento do qual todos podem fazer parte. Não precisa ser crítico, especialista ou ter conhecimento técnico. Basta gostar, ter fome e ter sede.
Então, segue tomando a cerveja que mais gosta, que gera as melhores sensações e as histórias mais legais, desde que tu não esqueças que o constante crescimento deste mercado tão maravilhoso só depende da gente. Beba a cerveja que for, mas beba local.