Antes de avançar às próximas linhas, um aviso: você não está lendo a coluna do Piangers, ainda é o Diogo falando. A diferença é que agora estou pai. Assim como o meu amigo ruivo, recentemente entrei para o time dos “com camisa” no futebol e comecei a enxergar o mundo com um filtro mais lindo, divertido e apaixonante. Isso de fazer um “serumaninho” é incrivel, a vida ganha outro sentido, tudo muda.
O grande desafio é perceber que existe uma inversão nessa relação de pai e filho. Cada dia que passa, me convenço de que eles têm muito mais a nos ensinar, do que nós a eles. São integralmente sinceros e apenas se preocupam em fazer o que lhes geram felicidade, se divertindo com isso. Quando foge um pouco disso, choram. Bem alto!
Onde eu quero chegar é justo nessa leveza das crianças, de conseguirem ser seu próprio Deus. Esse é o propósito da vida, ser feliz sem olhar para os lados, e sim para frente. O jogo da vida não é torná-los uma versão pocket dos pais, mas sim dar espaço para que sejam eles mesmos. Aí é que entra a gastronomia no assunto. Cozinheiros, vocês já tentaram ser seu próprio Deus na hora de pensar em seus restaurantes? Tipo, brincar de ser criança e formatar a operação, menu, conceito, sem prisões emocionais nem se preocupar com o que os outros vão achar, com a concorrência, com premiações, com a mídia. Fazer só o que acredita, o que dá prazer, o que gera uma felicidade plena, que completa.
É uma reflexão bem tensa de se fazer, porque talvez a constatação seja superfrustrante. Eventualmente, pode-se observar que o comportamento e a atitude estão bem distantes da forma como a versão de fraldas agiria, e portanto cada vez mais longe da essência de cada um. Criança é feliz sempre porque é verdadeira e fiel às suas crenças. Sejamos assim também, fiéis à criança que ainda vive em cada um de nós!