Toda geração possui os seus ídolos e não há como negar que, no atual cenário da música, nada é maior do que as bandas de K-pop, como o BTS. Os cantores levaram não só as músicas coreanas para o restante do mundo, como também popularizaram a cultura e, claro, a gastronomia do país.
Diante desse cenário, o Prime Korean Cuisine (PKC) abriu as portas da nova unidade na Av. Ipiranga, em Porto Alegre, com conceito totalmente reformulado. Após nove anos comandando um buffet no bairro Petrópolis, o casal de origem coreana Rafael e Sandra Kim percebeu que o seu diferencial estava, na verdade, nos pratos típicos do país asiático. A nova operação, inaugurada no segundo semestre deste ano, oferece uma imersão na cultura da Coreia do Sul, com pratos tradicionais, equipe vestida à caráter e K-pop na playlist.
Tenho uma irmã de 17 anos, Luiza, que, como a maior parte dos adolescentes, é apaixonada pelo BTS e me ensina tudo que pode sobre a cultura coreana. Quando descobri o PKC, na mesma hora decidi levá-la. Pesquisei sobre o lugar e descobri que eles contam com a consultoria da chef Natalia Tussi, que já nos encanta com o seu trabalho nas cozinhas do Roister e do Doralice, por isso, fui com expectativas altas.
O ambiente é informal, com um bar na entrada e mesas espalhadas por todo o salão. Quando chegamos, estava tocando BTS, o que fez minha irmã cantar durante todo o jantar. Recebemos o cardápio e ela já conhecia diversos pratos, afirmando que são típicos da Coreia.
Quando fomos, a operação estava em soft opening e o cardápio de drinks ainda estava sendo construído, então as opções alcoólicas eram os “drinks do dia” (R$ 27). Pedimos um de cada. O primeiro era com rum ouro, suco de limão, infusão de mel e camomila, espumante e flor de mel, que vinha em uma louça linda. Já o segundo levava xarope de morango, pimenta, suco de limão, soju e hortelã, e era tão bom que repetimos.
Essa provinha da carta de drinks demonstrou que ela também será temática, pois o soju é uma bebida destilada tradicional da Coreia do Sul, feita com arroz, cevada e batata-doce. Eu já tomei ela pura e não recomendo, é mais forte do que qualquer vodka.
De entrada, pedimos a porção de seis mandus vegetarianos (R$ 34): pastéis cozidos recheados com tofu, massa de batata-doce, nirá, broto de feijão, cenoura e cebolinha, acompanhados de shoyu, vinagre e pimenta gochugaru. Eu já tinha experimentado pasteizinhos bem semelhantes, mas conhecia como guioza - a versão japonesa do prato. Adorei!
Pedimos dois pratos para dividir da sessão “barbecue coreano”, que se refere ao método popular da culinária de grelhar carne, geralmente bovina, suína ou de frango. Todos os pratos desse grupo são servidos na chapa, com vegetais, arroz coreano e o mais legal: folhas verdes que servem para colocar todos esses elementos e formar trouxinhas.
Escolhemos o Bulgogi (R$ 59), carne bovina temperada e tostada com cebola, alho-poró, shimeji e cebolinha. Meu pedido favorito da noite!
O outro escolhido foi o Galbi (R$ 66), fraldinha condimentada com shoyu, frutas, alho e óleo de gergelim, acompanhada de farofa e salada de alho-poró, cebola e cebolinha. A Lu me mostrou que, para fazer as trouxinhas, primeiro pego a alface e coloco o arroz e o molho, depois venho com a carne e os legumes, fecho e, seguindo a tradição, coloco tudo na boca - não pode morder. A primeira saiu feia, mas depois peguei o jeito.
Fechando os pratos principais, pedimos uma massa Japchae (R$ 58), de batata-doce com carne bovina, legumes, tempero bolgogi, shoyu, óleo de gergelim, sementes de gergelim branco e fios de ovos. O macarrão é transparente e a textura bem diferente, o que me fez estranhar de início, mas a Lu comeu tudo e adorou.
De sobremesa, fomos de banoffee (R$ 15) ao estilo da Coreia, com tahine, pasta feita com sementes de gergelim muito usada na cozinha do Oriente Médio como complemento de doces. Estava uma delícia!
Em breve, o PKC vai servir o típico sorvete coreano, feito em uma máquina que transforma uma mistura de leite levemente adocicada em uma espécie de flocos de neve.
Adoro experiências imersivas na cultura de outros países. Acho que nossa cidade só ganha com isso, descobrindo novos preparos, sabores e aromas que surgem de uma gastronomia completamente diferente da nossa e que tem muito a agregar. Vivi uma noite especial com a minha irmã e recomendo que todos que conhecem e admiram a cultura coreana visitem o PKC. Quem não conhece tem aqui uma oportunidade, tenho certeza que vai sair amando barbecue coreano e cantando Dynamite.
PKC Central Park
Av. Ipiranga, 7.644, no bairro Jardim Botânico
De terça a sexta, das 18h30 às 22h, e aos sábados, das 12h às 15h e das 18h30 às 22h
Delivery disponível por Rappi, iFood e Uber Eats
@pkcpoa