Decidi percorrer os entremeios do meu querido Bairro Alto e visitar um lugar que todos os meus amigos já haviam descoberto, menos eu. O Tapioca Café nasceu no ano passado e, aos poucos, pelo que tenho acompanhado nas redes sociais está se tornando uma febre entre os moradores da região.
A alegria e o ambiente descontraído estão em todos os detalhes. Logo na entrada, além de algumas mesas e bancos, você se depara com essas luminárias artesanais que transmitem uma das tradições do estado mais rico do Nordeste: as fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim, na Bahia.
Lá dentro o espaço não é muito grande, mas, ao mesmo tempo, bastante acolhedor e familiar. Além dos objetos ligados à cultura nordestina, um forrozinho vai esquentando a noite e uma televisão vai aumentando nossa fome, mostrando imagens das opções do cardápio.
Na parede, o aviso já dita o clima do lugar: o mau humor aqui é proibido.
As peças de artesanato estão por toda parte. Perto de nós estavam as típicas galinhas d’angola, comuns em várias regiões do Brasil. No Nordeste ela também é conhecida pelo nome de galinha de guiné.
Escolhemos nossa mesa e eu já fui reparando em tudo. Cadeiras coloridas, toalhas floridas e dá só uma olhada nessa idéia: um pequeno bule para colocar os sachês de açúcar e as colherinhas.
Hora de fazer os pedidos. O Tapioca Café tem sucos naturais, refrigerantes e vários cafés especiais no cardápio. Eu pedi um cappuccino gelado: espresso, leite, sorvete de chocolate, chantily e calda de chocolate pra decorar a taça de 300ml.
Meu irmão escolheu um cappuccino italiano com leite vaporizado e chocolate polvilhado. Esse era o grande, mas eles também servem a versão menor de 150ml.
O patriarca da família foi de suco de uva, mas minha mãe preferiu a versão brasileira do cappuccino, que é servido com chocolate em pó, chantily e canela. Todos vêm com alguma decoração especial e a gente acaba ficando com dó de estragar.
Pedimos enfim as tapiocas e, enquanto não chegavam, eu tive que tirar uma foto da estação onde se fabrica tudo. Gostei do acondicionamento dos ingredientes, todos devidamente porcionados como manda o figurino. Caso deseje, você pode ainda incluir ingredientes adicionais como cheddar, catupiry, tomate seco e até sorvete.
Meu pai escolheu a Lampião: mussarela e carne seca. Borda torradinha e muito bem servida.
Eu e meu irmão fomos de Cangaceiro que, digamos assim, é a versão com queijo coalho da anterior. Fala sério! Queijo coalho é bom demais.
Minha mãe foi de Magrela, só com frango desfiado. Confesso que achei meio sem graça e o frango um pouco seco. Essa, segundo o cardápio, é da linha de tapiocas fit.
Para os mais tradicionais, que não gostam de muita frescura, a Jesuíno é a opção mais certeira. Apenas muita manteiga de garrafa é o suficiente para dar o charme para esse clássico arretado.
Pedimos ainda uma opção doce e, enquanto não ficava pronto, esse trio muito animado parecia querer tocar e cantar pra gente.
Uma das coisas que mais me chamou atenção foi esse varal lotado de literatura de cordel. Para quem não conhece, o cordel é um gênero literário, composto por histórias populares e rimadas. Geralmente são escritas em versos bem cadenciados e melodiosos. Você pode ficar a vontade para ler ali mesmo ou então levar para casa pelo preço de dois reais cada. A verba arrecadada é destinada para a manutenção da ABLC, Associação Brasileira de Literatura de Cordel, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro.
Voltando à mesa, finalizamos com uma Amorosa: coco ralado e leite condensado. Combinação perfeita.
Nos dias em que você não quiser ir até lá, o delivery entrega em todo o bairro. Além disso, você pode comprar também a manteiga de garrafa e a farinha de tapioca pra fazer em casa. Ela é vendida em pacotes de um quilo e meio quilo. Mas com uma placa tão simpática como essa, não tem como não voltar.
O balanço da noite foi 6 tapiocas, 4 cafés, 1 suco e 5 cordéis pra ler em casa. Tudo isso deu um total de 24 reais por pessoa, com todas as bebidas incluídas. Conta paga, pedimos licença a Lampião e Maria Bonita pra “pegar o caminho da roça”.
Tapioca Café
Rua Rio Guaporé, 698 – Bairro Alto
Curitiba/PR
Fone: (41) 3501-5983
Aceita cartões Visa e Master
* Conteúdo produzido por Luciano Machado