O Rio Grande do Sul é o maior produtor de uvas e de vinhos do Brasil. Não à toa, regiões como a do Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves), dos Altos Montes (Flores da Cunha e Nova Pádua) e do município de Pinto Bandeira possuem indicação de procedência (IP), certificando a qualidade da bebida produzida nesses locais.
Os vinhos gaúchos possuem prêmios nacionais e internacionais e são reconhecidos entre consumidores e especialistas do ramo, posicionando o Estado como um importante polo produtor da bebida.
Com a proximidade da vindima — época de colheita da uva —, chamamos o enólogo Felipe Bebber, sócio-diretor da Vinícola Família Bebber, em Flores da Cunha, para elencar alguns motivos pelo quais devemos apreciar a produção local.
1- Regiões do Rio Grande do Sul possuem IP e DO
A Indicação de Procedência (IP) é atribuída a regiões que se tornam conhecidas por sua produção vitivinícola, como é o caso dos Altos Montes. O objetivo é proteger os fatores culturais, históricos e humanos que garantem a qualidade dos vinhos produzidos ali. Já a Denominação de Origem (DO) é ainda mais complexa, pois reconhece vinhos que possuem características únicas, que estão presentes somente na região em que são produzidos, como é o caso dos rótulos do Vale dos Vinhedos. Ambos os títulos funcionam como selos de qualidade. Para conquistá-los é necessário um longo processo de análise por um comitê avaliador.
2- Os vinhos gaúchos são premiados
Diversas premiações já reconheceram vinícolas gaúchas que possuem um controle rigoroso em todas as fases de produção, originando rótulos excelentes. Anualmente, o Estado é destaque na Grande Prova Vinhos do Brasil, onde jurados atestam a qualidade da bebida por meio de degustações às cegas.
3- O Estado estuda a vitivinicultura
Dedicando-se ao estudo da produção de uva e da preparação de vinhos, as vinícolas gaúchas têm cultivado vinhedos cada vez mais próprios para o nosso tipo de solo e de clima. Através de pesquisas, também descobrimos as castas que melhor se adaptam a cada região. Por exemplo, os Campos de Cima da Serra são grandes produtores de Sauvignon Blanc.
4- As vinícolas aprimoram a vinificação
O foco está em uma produção menor, mas com excelência. Não adianta ter uma boa matéria-prima, se não tiver uma boa vinificação. Por isso, as vinícolas têm investido em tecnologia de ponta e processos conhecidos no mundo todo. Nossos espumantes são altamente reconhecidos pelo excelente processo, especialmente os bruts oriundos do método champenoise — processo em que a bebida passa por duas fermentações, sendo a primeira no tanque e a segunda na garrafa.
5- Os rótulos não enfrentam longas horas de transporte
Quando um vinho passa pelo processo de exportação, fica muitas horas sendo transportado, passando por diversas mudanças de temperatura. Quando compramos um vinho produzido em nossa região, ele chega muito mais íntegro na taça.