Chegamos ao meio do caminho. Nesta terça-feira (27), o Big Brother Brasil 24 completa 50 dias no ar — metade dos cem previstos para a duração da temporada, que deve terminar em 16 de abril. Muita água ainda vai rolar até a grande final, mas uma verdadeira cachoeira de acontecimentos já desaguou no programa, dando a impressão de que estamos acompanhando o dia a dia dos brothers e sisters há bem mais tempo. BBB bom é assim.
Se tem uma coisa que ninguém pode dizer é que a edição deste ano está parada. Depois de duas temporadas que não empolgaram muito, o BBB 24 conseguiu resgatar o entusiasmo do público com o programa. O mérito já se inicia na escolha do elenco, que teve redução no número de famosos e forte presença de participantes "gente como a gente", realmente dispostos a batalhar pelo prêmio — que, aliás, pode ser o maior da história do programa.
A boa escalação do time de anônimos fez total diferença para o desempenho da edição. Tanto é que, na metade do programa, ainda é difícil tecer apostas sobre quem será o mais novo milionário do pedaço, mas certamente não será um famoso. Davi desponta como o grande favorito até o momento, mas pode perder espaço para a amiga Isabelle, que vem atraindo cada vez mais fãs. Beatriz, apesar de dividir opiniões, é outra forte candidata ao título de campeã. E correndo por fora estão Fernanda e Pitel, que também não são unanimidade, mas conquistaram um público importante. Até mesmo o gaúcho Matteus, que vem representando lindamente o Rio Grande do Sul, tem alguma chance de chegar lá.
Com o perdão do trocadilho, os pipocas são um estouro. Eles dão um banho nos famosos da edição, que já estão mais queimados do que forno de olaria. Rodriguinho, emparedado desta terça, faz pouco caso do programa e acumula falas problemáticas; Wanessa Camargo só abre a boca para falar mal de Davi, adotando postura que beira a obsessão; Yasmin Brunet não fede nem cheira e permanece sempre à sombra de Wanessa; MC Bin Laden tem o mérito de ser fofoqueiro, mas vive se atrapalhando nos mexericos e não está agradando o público; Vanessa Lopes não conseguiu suportar a pressão do jogo e precisou deixar o reality para cuidar da saúde mental (grande acerto!); e Vinicius Rodrigues, que também já deixou o programa, não fez muita coisa além de lançar cantadas inconvenientes para as mulheres da casa.
O público demonstra estar ansioso para eliminar os famosos remanescentes, consolidando o reinado dos anônimos. A ansiedade também é grande para realizar a poda definitiva do grupo das plantas, formado pelos "puxadinhos" Michel, Raquele e Giovanna e por Lady Elin (que não se acha planta, mas é). As hortaliças da edição estão com sorte nas últimas semanas: Raquele foi líder e Michel ganhou o anjo três vezes seguidas, garantindo a blindagem do grupo. Mas a hora delas não deve tardar a chegar.
Apesar da sobrevida das plantas, a edição passou longe do marasmo. Tretas não faltaram nos primeiros 50 dias de BBB 24. Se fosse preciso escolher o embate mais marcante, o troféu iria para o protagonizado por Davi, Lucas Henrique e MC Bin Laden, que acabou colocando o termo "calabreso" na boca do povo. Fernanda também fez viralizar o "chora, bonequinha", soltado enquanto discutia com Alane, e levou o público à loucura ao citar o filme 127 Horas durante um confronto com Beatriz — aliás, se a categoria for "melhor desempenho em brigas", a carioca ganha disparado.
Mas ninguém saiu ganhando com a perseguição incitada contra Davi durante boa parte dos últimos 50 dias. O motorista de aplicativo foi excluído do convívio do grande grupo e acusado de um sem-fim de maldades, uma mais sem pé nem cabeça do que a outra. Wanessa Camargo chegou a associar o comportamento do baiano a traços de psicopatia, Rodriguinho disse que destinaria a ele um soco e Yasmin Brunet exclamou: "Tudo nele me incomoda". Até mesmo o relacionamento de Davi, que namora uma mulher mais velha, chegou a ser posto em xeque por alguns participantes. O desgaste emocional foi tanto que o brother quase apertou o botão da desistência, abrindo mão do próprio sonho. Ninguém merece passar por isso.
O que vem por aí
A boa notícia é que os líderes da "patrulha anti-Davi" parecem ter dado uma trégua. Preterido dentro da casa, o baiano acabou conquistando a simpatia e a compaixão do público. Ele segue como o nome mais provável para vencer o programa, mas ainda há um longo caminho até lá. Davi muitas vezes é chato e acaba se excedendo nas cobranças com Isabelle, o que poderia minar seu favoritismo. Também deve deixar de ser o alvo principal da casa, já que os oponentes sacaram que ele é benquisto pelo público e temem favorecê-lo ainda mais com indicações em sequência.
Tirar férias do paredão pode não ser tão vantajoso para o jogo externo de Davi. Já o público só tem motivos para comemorar, pois isso representa maiores chances de ver os "blindados" da edição (Rodriguinho, Wanessa e Yasmin, que praticamente não foram votados) encarando a preferência popular. Nesse sentido, a própria berlinda desta terça-feira tem potencial para mudar os rumos do jogo.
Rodriguinho enfrenta seu primeiro paredão e tem possibilidades reais de deixar o reality show. Caso isso ocorra, um alerta deve acender nos participantes. Não seria estranho que Wanessa e Yasmin virassem os alvos da vez, nem que pelo desejo, por parte dos demais, de testar a popularidade das duas. As plantas também devem figurar em paredões das próximas semanas, que têm tudo para ser de "faxina" entre o elenco.
Com a limpa dando certo, a reta final seria, então, composta somente por participantes que merecem estar na disputa pelo pódio, tornando realidade o sonho de todo espectador de BBB (chega de planta ganhando o terceiro lugar, né?). Pode ser otimismo demais, mas não custa nada ter fé. Até mesmo porque o Big Brother Brasil é um jogo imprevisível, capaz de mexer com as emoções de quem assiste. E está aí uma certeza: nos próximos 50 dias, emoção não deve faltar.