Fogo e sangue. O equilíbrio entre ímpeto e responsabilidade traduzido no lema dos Targaryen é o que pondera Rhaenyra ao longo do décimo e último episódio de House of the Dragon, exibido no domingo (23) pela HBO e disponível na HBO Max.
Intitulado A Rainha Preta, o capítulo acompanha a princesa (que agora é rainha) enquanto tenta fazer valer sua legitimidade ao Trono de Ferro. No entanto, a decisão de iniciar uma guerra contra o meio-irmão, Aegon II, é tomada com cautela. Apesar de acreditar em seu dever com os Sete Reinos e com a antiga profecia mencionada pelo pai, Rhaenyra não quer o poder pelo poder.
— Eu não desejo governar um reino de cinzas e ossos. Como rainha, qual é o meu verdadeiro dever para com o reino? — diz a seus aliados, sedentos por um conflito.
A seguir, GZH relembra os destaques do décimo capítulo de House of the Dragon:
Sangue
Rhaenyra começa o episódio recebendo as desagradáveis notícias de Rhaenys, que acaba e chegar de Porto Real a Pedra do Dragão. O rei está morto, seu meio-irmão foi coroado à revelia do desejo de Viserys e o povo já o reconheceu como rei. Para que ocorra a guerra, basta um sinal seu.
A decisão, porém, não é tão simples. A realidade atinge de tal modo a rainha que a faz entrar em trabalho de parto prematuramente. Enquanto seu marido, Daemon, sai para "montar a sua guerra", Rhaenyra enfrenta sua própria batalha em seus aposentos. Quando tira sozinha um bebê natimorto de seu ventre, seu dragão, Syrax, ruge a distância - tão forte é a ligação entre os animais e seus domadores.
Para Rhaenyra, não há nem tempo para o luto. Enquanto vela a criança, ela é surpreendida pela chegada do cavaleiro Erryk (que na semana passada havia ajudado Rhaenys a fugir da Fortaleza Vermelha) com a coroa de seu pai. Tomada pela dor, mas encarando o dever, ela deve se tornar a Rainha Preta.
Para isso, porém, precisará se desvencilhar dos papéis de mãe e esposa. De um lado, Daemon age por puro ímpeto e deseja a todo custo iniciar uma guerra. Ao mesmo tempo, fica tentando tomar decisões no lugar da esposa.
Em uma cena que causou controvérsia entre os fãs, o príncipe enforca Rhaenyra ao saber que seu irmão, Viserys, nunca lhe recitou as Crônicas de Gelo e Fogo. A profecia de Aegon O Conquistador, mencionada no primeiro episódio e passada de rei para herdeiro, diz que um Targaryen deverá unir os Sete Reinos frente a uma futura ameaça vinda do norte (quem assistiu a Game of Thrnoes sabe bem do que isso se trata).
— Sonhos não nos fizeram reis, dragões sim — diz Daemon, contrariado.
Mas Rhaenyra discorda. Não foi só o fogo que fez a família ter poder por tanto tempo. O compromisso com o sangue é igualmente importante.
Ela decide, então, mandar seus próprios filhos, Jacearys e Lucerys, para garantirem o apoio de lordes de Westeros. O mais velho é enviado para o norte, rumo ao Ninho da Águia e Winterfell, enquanto o mais novo parte para Ponta Tempestade. Mas ela frisa: eles estão indo como mensageiros, e não devem se meter em batalhas.
Dragões desobedientes (ou não)
Chegando com seu dragão Arrax ao local onde vivem os Baratheon, Lucerys vê que a tarefa não será assim tão fácil. Vhagar, o maior e mais antigo dragão do mundo, domado por seu tio e inimigo Aemond Targaryen, está do lado de fora do castelo. Ao entrar no local, ele o encontra postado ao lado do lorde Borros.
— Então você vem com as mãos vazias... — diz o homem sentado ao trono, indicando que os Verdes chegaram antes, com uma proposta de casamento. — Vá para casa, filhote, e diga a sua mãe que o senhor de Ponta Tempestade não é um cachorro que ela possa assobiar quando precisar enfrentar seus inimigos — acrescenta.
Porém, antes de Lucerys ir embora, Aemond o desafia. O filho de Alicent revela uma safira no lugar do olho que o sobrinho arrancou anos antes e pede o do sobrinho de volta, mas o garoto é enfático ao lembrar que está ali apenas como mensageiro. Ele então se dirige ao seu pequeno dragão do lado de fora, que está aterrorizado, e os dois atravessam a tempestade de volta para casa. Porém, no caminho, eles são perseguidos por Aemond e Vhagar.
Em uma cena emocionante, vemos pela primeira vez dois dragões se enfrentando na série. Apesar da imensa diferença de tamanho dos animais, Lucerys brevemente consegue driblar Aemond. Mas Arrax age por vontade própria e, desobedecendo seu dono, cospe fogo em Vhagar. É como se agisse mais pela compreensão dos sentimentos de Lucerys do que pelos seus comandos.
Isso deixa Vhagar furiosa. E, assim como seu inimigo, age pelo instinto de Aemond. Há um breve prelúdio de tragédia quando Lucerys consegue alcançar o topo das nuvens, onde voa serenamente. Mas subitamente, Vhagar aparece por baixo e abocanha o dragão filhote, que cai partido ao meio.
Lucerys está morto. Apavorado, Aemond percebe que acaba de iniciar uma guerra.
Nas cenas finais do episódio, Daemon entra no salão de Pedra do Dragão e conta a Rhaenyra o que aconteceu. A rainha se vira de costas para seus conselheiros e entra silenciosamente em prantos. Mas ela já não é só mãe, e sim rainha. Com lágrimas nos olhos, a herdeira de Viserys se vira para a câmera e encara o dever: está na hora de ser mais fogo do que sangue.