As cartas estão na mesa em House of the Dragon. No sétimo episódio, que foi ao ar no domingo (2) pela HBO e HBO Max, os dois lados que vão se enfrentar na iminente guerra de sucessão se posicionaram um diante do outro. Os aliados, as armas e as reivindicações estão tão claros quanto a fotografia do episódio dirigido por Miguel Sapochnik não o foi.
Chamado Driftmark, o capítulo se passa todo na terra onde vivem os Velaryon. Laena, como vimos na semana passada, está morta, e a corte se reúne em um funeral que tem pouco espaço para o luto. Afinal, há uma guerra batendo à porta, e as decisões precisam ser tomadas rapidamente.
Laenor está devastado com a morte da irmã. O rei segue doente, mas agora despreza sua esposa Alicent. Daemon não está afim de se aliar ao irmão, enquanto as crianças estão aprendendo a reproduzir os conflitos de suas famílias. E Rhaenyra observa.
Na posição em que ela está, é melhor ser temida ou ser amada? Esse questionamento, uma das lições mais célebres de Maquiavel em O Príncipe, é também o que se faz a princesa no fim do episódio — e a sua ponderação move o episódio.
A seguir, GZH relembra os destaques do sétimo capítulo de House of the Dragon:
Dragão roubado
Depois de repetidas tentativas fracassadas, Aemond Targaryen, o filho mais novo do rei, finalmente tem um dragão para chamar de seu. E não foi qualquer dragão, mas sim Vhagar, o maior e mais antigo de Westeros.
Na calada da noite, o caçula foi ao lugar onde o animal dormia e conseguiu comandá-lo. A duras penas, ele montou no dragão e os dois saíram voando pelos arredores, em um show de exibição para todo o castelo.
Quem não gostou foram as gêmeas Rhaena e Baela, que pretendiam reivindicar o dragão que anteriormente pertencia à mãe delas. Quando Aemond retornou no passeio noturno, elas questionaram a atitude dele, mas o filho de Viserys deu um soco em Baela. Aí, Jacaerys e Lucerys chegaram para ajudar e a confusão se instaurou.
Resumo da ópera: Aemond chamou os filhos de Rhaenyra de bastardos (o que não é mentira, mas é um tabu no reino) e, no meio da briga, Lucerys cravou um corte no rosto do tio bem no olho esquerdo.
Sangue
Como é de se esperar, a reunião de família após a briga foi tensa. Diante do filho parcialmente cego, Alicent exigiu ao rei que tirasse um olho de Lucerys em troca. Rhaenyra, por sua vez, reclamou de ter tido a paternidade de seus filhos questionada por Aemond e pediu ao pai que interrogasse o meio-irmão.
Viserys, como sempre, optou por atender a filha e não a esposa. Aemond não quis dizer que quem chamou os sobrinhos de bastardos foi Alicent, e preferiu por a culpa no irmão Aegon, que foi evasivo. O rei tampouco deu à mulher o olho do neto, e achou que seria uma boa ideia tentar abafar o caso e deixar por isso mesmo.
Claro que, vinda de Viserys, a ideia deu errado. Alicent se revoltou, puxou uma adaga do bolso do marido e avançou sobre a enteada, fazendo um corte profundo em seu braço.
— Agora eles te veem pelo que você é — sentencia Rhaenyra, em resposta.
Aemond, por outro lado, não ficou tão sentido pela perda do olho quanto a mãe. Afinal, ele achou "uma troca justa":
— Posso ter perdido um olho, mas ganhei um dragão.
Um casamento desfeito e outro feito
Rhaenyra entendeu que, com Vhagar, o inimigo conquistou uma arma poderosa na guerra que se aproxima. Além disso, ela se viu atordoada com a inutilidade do marido, que estava de luto pela irmã, e frustrada com a morte de Harwin Strong, que foi quem lhe deu conforto e prazer enquanto ela esteve em um casamento de fachada.
Quem conseguiria preencher todos esses vácuos? O recém-viúvo Daemon.
Depois que o clima que desde o primeiro episódio se formava entre tio e sobrinha finalmente foi consumado sob uma barraca na beira da praia, Rhaenyra decidiu propor que os dois se casassem. Para isso, Laenor precisaria morrer. Mas, se isso acontecer, ela pondera, o reino vai achar que ela é responsável. Ela não quer ser uma tirana. Daemon, no entanto, a lembra: para ter poder, um líder deve ser temido. E para isso ela não precisa ser cruel, apenas parecer cruel.
Na sequencia, eles resolvem agir. Vemos Daemon dando uma bolsa de dinheiro para o cavaleiro Qarl e pedindo que ele mate seu amante Laenor. Ele aceita e, na cena seguinte, puxa uma luta de espadas com o lorde dentro do castelo. Depois, Corlys Velaryon chega no recinto e encontra um corpo irreconhecível dentro da fogueira — que ele e a esposa Rhaenys supõem pertencer ao filho.
Porém, a última cena nos mostra que Laenor não morreu. Careca e usando um capuz, ele embarca em uma canoa junto com Qarl em direção a Essos, onde poderão viver o amor plenamente.
Por outro lado, Rhaenyra conseguiu finalizar sua jogada. Com Laenor fora de cena, ela se casou com Daemon em uma cerimônia típica valiriana, contando com a presença apenas dos filhos. Agora, fica mais difícil para o reino questionar sua sucessão, já que ela está casada com outro herdeiro ao trono.
— Fomos feitos desde o começo para queimarmos juntos — resume a princesa, ao tio e agora marido.