Rei morto, rei posto. Com agilidade, mas furtivamente, Alicent e Otto Hightower conseguiram colocar um de seus descendentes no Trono de Ferro no nono e penúltimo episódio da primeira temporada de House of the Dragon. Antes mesmo de Viserys ter sido velado, eles trancaram as portas da Fortaleza Vermelha, convocaram uma reunião do conselho, mataram opositores e garantiram que Aegon Targaryen fosse coroado, contrariando a vontade do monarca, de que Rhaenyra herdasse sua posição.
A princesa, é claro, nem ficou sabendo que o pai havia morrido. Mas ela tem aliados — e entre eles está a poderosa Rhaenys Velaryon, A Rainha que Nunca Foi, que surpreendeu a todos em um final de episódio digno do universo de Game of Throres, quando mostrou aos oponentes que eles não terão folga se mantiverem os planos de usurpar o poder. Começou, finalmente, a Dança dos Dragões.
A seguir, GZH reúne os destaques do capítulo de House of the Dragon que foi ao ar no domingo (16).
Alicent mostra a que veio
Focado inteiramente nos aliados de Alicent, que nos livros de George R.R. Martin são chamados de Verdes, o episódio começa logo depois da morte de Viserys e nos apresenta os primeiros movimentos da rainha e de seu pai, Otto. Este, como ficou claro nos primeiros episódios da série, tem traçado um plano silencioso há décadas: no passado, manipulou a filha a se casar com Viserys e, agora, quer tornar um de seus herdeiros rei.
Mas a questão é que Alicent já não é uma marionete do pai. Isso fica claro na primeira reunião do conselho após a morte de Viserys, quando a rainha anuncia a todos que o último desejo do rei (ou o que ela interpretou erroneamente como sendo o último desejo do rei) foi que seu filho Aegon herdasse a posição. Como se a vontade de Viserys não fizesse a menor diferença, os conselheiros revelam a ela que já planejavam fazer Aegon rei há um bom tempo, sob comando de Otto.
— Devo entender que os membros do Pequeno Conselho planejavam coroar o meu filho sem mim? — questiona ela.
A confirmação deixa a rainha perplexa, pois ela mesma havia dado um passo para trás na noite anterior, quando reconheceu que Rhaenyra seria rainha, e só mudou de ideia porque acreditou nas últimas palavras do falecido marido. Em seguida, outra divergência surge entre pai e filha: Otto sugere que a princesa e seu marido, Daemon, sejam mortos, enquanto Alicent propõe que a enteada apenas se renda.
A decisão final, no entanto, só pode ser tomada pelo novo rei. Otto e Alicent, então, começam uma "corrida" para ver quem iria encontrar Aegon, que ninguém sabe onde está, e assim conseguir impor sua vontade através dele.
O poder vem do povo
Enquanto sua mãe e seu avô tramam um golpe, Aegon Targaryen não faz questão nenhuma de se tornar governante. Ao menor sinal de que seu pai havia morrido, ele foge da Fortaleza Vermelha e, quando finalmente é encontrado, confessa ao irmão, Aemond, que só quer ir embora de Westeros e viver em liberdade.
Forçado pela família a aceitar a situação — como foi durante toda a sua vida — Aegon é levado ao encontro da mãe. No caminho para a coroação, ele joga na cara dela que sabe que a escolha de Viserys sempre foi por Rhaenyra e que o pai nem mesmo o amava. Quando pergunta se ela o ama, a rainha age com o habitual desprezo:
— Seu imbecil — diz Alicent, fazendo sinal negativo com a cabeça.
Porém, se não é possível ter o amor da família, Aegon se contenta com o amor do povo. Quando chega na cerimônia de coroação e vê o Fosso dos Dragões abarrotado por seus súditos, ele muda rapidamente o semblante de derrotado para orgulhoso — sob o olhar satisfeito da mãe e enciumado do irmão, Aemond, que sonha com o Trono de Ferro.
Ao que tudo indica, a situação foi toda pensada por seu avô, Otto. Mais cedo, ele teve uma reunião com a espiã Misarya, que fez ele lembrar que o poder emana do povo, e que um rei não conseguiria governar sem o apoio dos súditos. Depois, vemos que os moradores de Porto Real foram forçadamente levados até o local.
A besta debaixo das tábuas
Sabemos disso porque Rhaenys Velaryon se disfarçou em meio aos súditos para chegar ao Fosso dos Dragões e recuperar seu dragão, Meleys, antes de ir contar tudo o que estava acontecendo para sua ex-nora Rhaenyra.
Como vimos mais cedo no episódio, ela rejeita o lado dos Verdes. A Rainha que Nunca Foi estava entre os aprisionados na Fortaleza Vermelha logo que o primo Viserys morreu e até chegou a ser abordada por Alicent, mas manteve sua posição e ainda deixou claro o que pensa da rainha:
— Você trabalha a serviço dos homens. Seu pai, seu marido, seu filho. Você deseja não ser livre, mas fazer uma janela na parede de sua prisão.
Essa postura é reafirmada na ação de Rhaenys logo em seguida. Quando chega no Fosso dos Dragões, ela se dirige ao local onde está Meleys e, triunfantemente, irrompe do subsolo em meio a coroação de Aegon, deixando todos apavorados. Montada em seu dragão, usando armadura, ela se dirige aos Verdes. Bastava o comando dracarys para encerrar qualquer disputa, mas ela não o faz. Mantendo a altivez, A Rainha que Nunca Foi opta pela guerra e deixa o local em direção a Pedra do Dragão, onde estão seus aliados.
Mais uma vez, uma profecia de Helaena Targaryen, a segunda filha de Alicent, foi cumprida. A princesa, que frequentemente larga frases enigmáticas (que são ignoradas pelos familiares), estava há dois episódios dizendo que havia "uma besta debaixo das tábuas". Essa besta pode ser Meleys, sob o Fosso dos Dragões. Mas também pode ser Rhaenys, que todo o tempo estava no castelo, observando os movimentos dos Verdes.