O oitavo episódio de House of the Dragon foi ao ar na noite de domingo (9) e, com ele, o público se despediu do rei Viserys Targaryen, o único elo que mantinha sua família, dividida na disputa pela sucessão, em paz.
Intitulado O Rei das Marés, o antepenúltimo capítulo da temporada nos mostra o canto do cisne do rei. Em suas últimas decisões, ele se manteve fiel ao que sempre foi: se, como governante, era manipulável e não muito afeito a burocracias, no âmbito pessoal, Viserys era um verdadeiro paizão. Para Rhaenyra, ao menos.
A relação entre pais e filhos é o que dita os rumos do episódio. Em uma monarquia, como é o caso da vigente em Westeros, esse vínculo ganha outros contornos — afinal, herdeiros significam poder. Como visto até agora, Viserys, ao longo de todo o seu reinado, agiu por amor a Rhaenyra, nomeando-a herdeira, em desacordo com a tradição da época, e defendendo-a até o fim.
Mas será que, no fim das contas, seu desejo será atendido? Agora, o Trono de Ferro está vago e a disputa por quem irá sentar sobre ele está prestes a começar.
A seguir, GZH reúne os principais acontecimentos do oitavo episódio de House of the Dragon:
Apelo pela sucessão
Após uma passagem de tempo de seis anos em relação aos eventos do capítulo anterior, Corlys Velaryon sofreu um ferimento em uma batalha nos Degraus e se encontra entre a vida e a morte. Portanto, a sucessão de Driftmark e de sua frota marítima precisa ser decidida.
Por tradição, o filho de Rhaenyra, Lucerys, seria o herdeiro. Mas o irmão de Corlys, Vaemond, argumenta que o jovem não é filho legítimo de Leanor Velaryon e, sim, um bastardo. Ele então decide ir até Porto Real e fazer uma petição ao rei (cujas decisões estão, na verdade, sendo tomadas por Alicent e a Mão do Rei, Otto Hightower) por seu direito ao trono.
Em Pedra do Dragão, Rhaenyra, que agora já tem dois filhos com Daemon e está esperando um terceiro, fica sabendo que Lucerys está ameaçado e parte para Porto Real também. Lá, ela encontra o pai muito doente, sem nem conseguir levantar da cama, drogado de Leite de Papoula, uma substância entorpecente administrada sob ordens de sua esposa.
Ao se dar conta de que Alicent e Otto irão atender os interesses de Vaemond e não os dela, a princesa faz um apelo ao pai. Se é verdade que ela está destinada a unir os Sete Reinos, conforme a profecia de Aegon, O Conquistador, mencionada em episódios anteriores, então o rei precisa ajudar a fortalecer sua linhagem.
Em seguida, vem uma das cenas mais emblemáticas da série até agora. Tudo começa com Otto sentando-se no Trono de Ferro, enquanto ouve a petição de Vaemond. Bem na hora que Rhaenyra vai se defender, Viserys surge no salão e, reunindo forças sabe-se lá de onde, dirige-se de bengala até o trono, com a ajuda de Daemon (em uma sequência emocionante que, segundo a diretora Geeta Patel, foi improvisada pelos atores Paddy Considine e Matt Smith).
Sentado, Viserys se pronuncia em favor do neto. Da mesma forma, Rhaenys — que também prioriza sua linhagem — defende a sucessão de Lucerys, aceitando a proposta de Rhaenyra de que seus filhos se casem com Baela e Rhaena, nascidas da falecida Laena Velaryon.
Neste momento, Vaemond reage e se dirige à princesa:
— Seus filhos são bastardos — afirma, sob o olhar de Daemon. — E ela é uma prostituta.
Vaemond mal termina de ouvir a resposta de Viserys quando sua cabeça é partida ao meio por um golpe de espada. Atrás dele, surge Daemon, de volta ao modo assassino impiedoso que não víamos há alguns episódios.
Jantar em família
Como se ter presenciado uma decapitação não fosse nada para os Targaryen, na mesma noite, o rei decide promover um jantar em família. Lá, fica clara a divisão: do lado direito, senta-se Rhaenyra, Daemon e seus filhos; do esquerdo, Alicent, Otto e seus herdeiros.
Sentado bem no meio, o rei lamenta as desavenças entre sua prole e faz um apelo pela união familiar. Simbolicamente, ele tira a máscara estilo Fantasma da Ópera que estava usando até então e revela sua verdadeira face (que, não por acaso, está podre bem do lado esquerdo, onde falta um olho e parte da bochecha).
Rhaenyra, comovida, tenta selar a paz com os meio-irmãos e pede um brinde à madrasta. Alicent retribui o gesto e tudo ocorre momentaneamente bem diante de Viserys, que volta aos seus aposentos antes que o teatrinho implodisse em uma discussão entre Aemond (que não superou o olho perdido para Lucerys no episódio anterior) e os sobrinhos.
Profecia mal-entendida
Tomado pela felicidade de ver a família em paz, Viserys vai para o seu quarto e começa a ter devaneios de que está falando com Rhaenyra. Balbuciando, ele responde um questionamento feito por ela mais cedo no episódio, quando a princesa perguntou se o pai acreditava que era ela a pessoa anunciada na profecia de Aegon, O Conquistador, para unir os Sete Reinos.
— É você — ele murmura. — Você é a única. Você deve fazer isso.
Porém, quem está com ele naquele momento é Alicent. Por engano (ou não), a rainha supõe que o marido na verdade está falando sobre Aegon II, seu filho mais velho.
Está armada a desgraça. Viserys morre logo depois em seus aposentos.