Criador e diretor de Dahmer: Um Canibal Americano, da Netflix, Ryan Murphy contrariou os familiares de vítimas de Jeffrey Dahmer afirmando que a produção entrou em contato com eles antes do lançamento da série. No entanto, os parentes não teriam respondido.
Murphy falou sobre nesta quinta-feira (27), durante um evento sobre a atração em um cinema em Los Angeles, nos Estados Unidos.
— É algo que pesquisamos por muito tempo. E nós, ao longo desses três anos, três anos e meio, enquanto estávamos escrevendo a série, trabalhando nela, procuramos cerca de 20 famílias e amigos de vítimas tentando conseguir uma opinião, tentando falar com as pessoas, e ninguém respondeu durante aquele processo — contou. — Então, nós nos apoiamos muito no nosso grupo de pesquisadores. Eu nem sei como eles encontraram muitas dessas coisas. Mas era um esforço nosso, dia e noite, para revelar a verdade dessas pessoas.
Paris Barclay, responsável pelo sexto e pelo décimo episódio da série, disse que a intenção era fazer com que as vítimas fossem mais do que uma estatística.
— Nós não estávamos tão interessados em Jeffrey Dahmer, a pessoa, mas o que fez com que ele se tornasse um monstro. [...] Tem a ver com privilégio branco. É racismo sistêmico. É homofobia — avaliou.
Murphy acrescentou que gostaria de apoiar a construção de um memorial das vítimas:
— Eu ficaria feliz de pagar por esse memorial. [...] Eu acho que deveria ter algo. Estamos tentando entrar em contato com pessoas para conversar sobre isso. Acho que há alguma resistência porque pensam que o local pode atrair pessoas interessadas em homenagear o macabro... Mas acho que algo deveria ser feito.