Seja na pele da pobre mocinha Paulina ou na da exagerada vilã Paola Bracho, Gabriela Spanic virou sensação no Brasil após estrelar os dois papéis em A Usurpadora. Exaltada por sua versatilidade e pelo carisma de suas personagens, Gaby — como a atriz foi apelidada — tem uma carreira de sucesso no México, mas mantém uma ligação forte com os fãs brasileiros.
Um exemplo disso foi a reação do público à reestreia da novela de 1998 no canal Viva, na segunda (27). Logo que o primeiro episódio foi ao ar, a hashtag #AUsurpadoraNoVIVA se tornou o assunto mais comentado no Twitter — e Gaby não deixou o momento passar batido.
Paulina e Paola foram os papéis mais marcantes de Gaby, e até hoje ela é reconhecida internacionalmente como uma das maiores atrizes latinas — vale lembrar que a novela foi vendida para 120 países e traduzida em mais de 25 idiomas. Mas, fora isso, ela já participou de outras novelas e, mais recentemente, integrou o elenco de reality shows.
Além disso, a vida pessoal da atriz é quase uma trama mexicana: do início humilde, em que relata ter passado fome, a atriz protagonizou uma briga pública com o cunhado, foi envenenada pela empregada e abandonada pelo namorado para criar o filho sozinha. A seguir, relembre a carreira de Gabriela Spanic após A Usurpadora.
Dias de glória
Hoje com 48 anos, Gabriela Spanic nasceu na Venezuela e começou a carreira por lá, em novelas como Morena Clara, Como tu Ninguna e Quirpa de Tres Mujeres. Depois, ela se mudou para o México e lá surgiu a oportunidade de estrelar A Usurpadora, em 1998.
— Depois de oito anos de carreira na Venezuela, (o sucesso) foi uma recompensa por ter passado por tantas dificuldades no começo. Ninguém tem ideia de como foi difícil! Passei por necessidades e, às vezes, ia dormir sem comer. Mas nunca me rendi. Minha meta sempre foi ser reconhecida e fui perseverante — contou a atriz em 2020, à revista Caras.
Devido ao sucesso de A Usurpadora, a carreira de Gaby seguiu de vento em popa. Na virada dos anos 1990 para os anos 2000, ela atuou em produções como La Intrusa, em que também viveu gêmeas (mas que, dessa vez, eram cúmplices) e Por Teu Amor, em que interpretou a mocinha Maria do Céu. Depois, ela foi para a Colômbia e protagonizou sucessos como Venganza e Tierra de Pasiones.
Relacionamentos conturbados
A vida pessoal de Gaby, porém, não estava indo tão bem. Na época de A Usurpadora, ela era casada com o ator Miguel de Léon — que também atuou na novela no papel de Douglas Maldonado —, mas o casamento chegou ao fim em 2002, em meio a rumores de traição e acusações, por parte de atriz, de violência doméstica.
Em 2007, ela se envolveu com o empresário venezuelano Neil Perez e, em poucos meses, descobriu que estava grávida. Os dois começaram a viver juntos em Miami, porém ele a acusou de traição e os dois romperam antes de o bebê nascer.
Neil voltou ao país de origem e negou a paternidade do bebê. Em sua biografia, Gaby revelou que teve o filho sozinha, na companhia de sua mãe, e que Neil nunca quis conhecer Gabriel de Jesus, que hoje está com 15 anos.
Para complicar, em 2008, sua irmã gêmea, Daniela, sofreu um derrame cerebral enquanto estava grávida. Na época, a atriz acusou o cunhado, Ademar Nahum, de afastar a irmã de toda a família. As duas partes trocaram alfinetadas em declarações polêmicas e entrevistas na TV.
Por conta de todos esses problemas, Gabriela decidiu dar um tempo na carreira para se concentrar nos cuidados do filho. Ela só retornou à TV no fim de 2009, como antagonista na novela Soy Tu Dueña, em que voltou a contracenar com Fernando Colunga (o Carlos Daniel de A Usurpadora).
Dias de luta
Mas a vida pessoal não deu trégua. Em 2010, em meio às gravações da novela, Gabriela se viu envolta em uma história inusitada: descobriu que a empregada, a argentina María Celeste Fernández Babio, estava há meses envenenado ela, sua mãe, seu filho e outras pessoas da casa com pequenas doses de cloreto de amônio.
— O pior é que conseguimos todas as provas e ela ficou presa apenas dois anos e meio. Mas a Justiça mexicana é muito ruim — comentou Gaby, posteriormente, em entrevista ao Uol.
No ano seguinte, Gaby mudou de emissora e deixou a Televisa para atuar em sua principal concorrente, a TV Azteca, em que trabalhou em duas novelas, Emperatriz e La Otra Cara del Alma. Entre 2013 e 2019, porém, a atriz se afastou da dramaturgia. Ela passou a fazer apenas participações em programas de TV e comerciais e começou a investir em outras áreas: lançou álbuns musicais e atuou em peças de teatro.
Estrela de reality
Desde 2020, Gaby fez duas novelas e lançou uma série de livros contando sua história, mas tem investido mesmo em participações em reality shows. Em 2020, ela foi finalista no Dancing with the Stars da Hungria e, no ano passado, integrou o elenco da primeira edição do reality La Casa de los Famosos, o mesmo do qual participou a gaúcha Julia Gama neste ano.
Se no Brasil a atriz já era conhecida pelos eternos memes de Paola Bracho, com a participação nos realities, ela se tornou queridinha de um novo público em outros países na América Latina — e daí vem a sua forte presença nas redes sociais.
Com 2,2 milhões de seguidores no Instagram, Gaby atualmente compartilha momentos do seu dia a dia e novidades da sua carreira, além de relembrar, claro, a novela que a consagrou.
Gabriela também costuma interagir com artistas brasileiros. Recentemente, ela mandou uma mensagem para Juliette, campeã do BBB 21, quando a cantora fez uma imitação de um bordão seu em A Usurpadora. "Amei!", escreveu a atriz.
Em outra postagem, ela diz que amou a canção Amiga, de Simone e Simaria. "Obrigada por se inspirarem em um personagem meu para um videoclipe tão fofo quanto esse! Espero encontrá-las quando visitar o Brasil novamente", escreveu Gaby.