A atriz Camila Amado, conhecida por seus trabalhos no teatro e na TV, morreu neste domingo (6), aos 82 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. Entre seus últimos papéis estão Tia Candoca no remake mais recente da novela Éramos Seis, exibida pela Globo entre 2019 e o ano passado, e a personagem Aurélia, no filme e na série sobre Chacrinha lançados recentemente. Ela também estrela o curta A Balada da Nobre Senhora, que ainda não foi lançado.
Camila começou a trabalhar ainda na adolescência, dando aulas de latim com a mãe, Henriette. Aos 17 anos, buscou a independência e o sonho de se tornar atriz, sob protestos do pai, Gilson, criador da TV Educativa e irmão de Jorge Amado.
Em uma entrevista ao jornal Estadão em setembro de 1998, aos 60 anos, a atriz refletiu sobre a vida:
— É claro que eu preferia estar fazendo 30 anos, mas tenho preguiça de ser tão inexperiente de novo - disse. — Recuso-me a ter a personalidade que me impõem; a personalidade é como uma roupa que a gente usa e pode trocar à vontade. Herdei quadros e terrenos que ia vendendo à medida que queria produzir meus espetáculos, mas a herança acabou — contava, sobre seu jeito de ser e sobre a dificuldade em encontrar patrocínios para suas peças.
Além de suas inúmeras participações em espetáculos teatrais ao longo das décadas, a atriz também participou de novelas e programas diversos. Camila chegou a ser premiada como melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema de Gramado, em janeiro de 1976, por sua atuação em O Casamento, de Arnaldo Jabor, inspirado na obra de Nelson Rodrigues.
Em 2013, em protesto à indicação do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deu um beijo na colega Fernanda Montenegro durante o evento da 7ª edição do Prêmio da Associação dos Produtores de Teatro do Rio (APTR).
Camila Amado chegou a ser casada com Stepan Nercessian entre 1974 e 1987. Antes, havia sido casada até 1968, ano em que ficou viúva, com o jornalista Carlos Eduardo Martins, pai de seus dois filhos, Rafaela e Rodrigo.
Famosos prestam homenagens
Camila Amado também trabalhou durante muitos anos como professora de teatro e preparadora de atores, o que rendeu diversas homenagens de colegas nas redes sociais.
"Minha mestra e de tantos colegas, Camila Amado nos deixou hoje, fisicamente, mas fica o seu legado de arte, integridade e liberdade", escreveu a atriz Suzana Pires, que publicou um vídeo chorando pela morte.
"Minha mestra de tantos anos, me ensinou a ler um texto, me pegou pelas mãos e me transformou atriz. Meu eterno respeito e amor por você. Estará pra sempre comigo, rainha", destacou a atriz Alinne Moraes.
Já Lucio Mauro Filho publicou um longo texto sobre sua relação com a veterana, a quem considerou como figura fundamental das artes cênicas no Brasil: "Feliz de um país que tem uma artista como Camila".