Basta abrir o Instagram para comprovar: lives em sua grande maioria são dominadas por cantores de sertanejo neste período de isolamento social. Esse é apenas um dos reflexos da popularidade do estilo musical que é explicada no documentário inédito O Fenômeno Sertanejo, que estreia nesta quinta-feira, no canal pago Music Box Brazil.
Com direção geral de Fabrício Bittar, o material faz um raio X completo do sertanejo, desde a sua origem em 1929, com a música caipira de Cornélio Pires, passando pelo boom de Michel Teló no Exterior até chegar ao mercado dominado pelo sertanejo universitário, na última década.
Para apresentar o estudo, Bittar liderou o processo de gravações que durou cerca de dois anos. A tradicional Festa do Peão de Barretos, o Villa Mix em Belo Horizonte e os estúdios fonográficos de Goiânia - considerado um dos berços do estilo - estão entre os locais visitados para a captação de depoimentos de artistas e especialistas. São eles que defendem o domínio do estilo em rádios, eventos e no streaming.
- Não adianta, é o estilo que mais representa a música brasileira, que leva a grande massa às festas. Todo mundo escuta, até quem não ouve nada, sabe cantar as musicas – enfatiza a cantora Naiara Azevedo, em um dos depoimentos ao longo do material.
Essa tese é reforçada ao comparar o sertanejo com outros estilos, como o funk e o rock, que não atingem o mesmo patamar de vendas e representatividade dentro da sociedade.
- Querendo ou não, o sertanejo é livre para estar dentro da família, não tem palavrão como no funk - compara Bittar, em entrevista ao GaúchaZH. - Os jovens são os maiores consumidores de música no país e eles aprovam. O sertanejo pega desde o novo até o mais velho... ele atinge todos os grupos.
Sucesso
Dentro de sua quase uma hora e vinte minutos de duração, O Fenômeno Sertanejo provoca um debate interessante com duplas como Fernando e Sorocaba, Maiara e Maraísa e os cantores Michel Teló e Luan Santana: a qualidade das músicas em face da quantidade de lançamentos.
O que explica a fama instantânea de alguns artistas e outros, que investiram milhões, ficam sem retorno financeiro? A questão aquece os últimos minutos do documentário.
- Vamos sempre ver esse tipo de discussão toda vez que se tem um produto cultural em uma forma industrial - acredita Bittar - Ao mesmo tempo que tem o artista fazendo música, vai existir o empresário investindo para criar e emplacar um hit. É bem esse processo de fazer dinheiro mesmo, não tem como fugir disso.
O Fenômeno Sertanejo
- Quinta-feira, 22h, Music Box Brazil
Outros destaques desta quinta-feira
Rock com os Rolling Stones
A reedição do álbum Sticky Fingers, do Rolling Stones, foi comemorada com um show no Fonda Theatre, nos EUA, em 2015. Esta memorável apresentação revisita todas as faixas do disco lançado originalmente em 1971. No setlist, estão músicas como Wild Horses e I Got the Blues.
Rolling Stones: Sticky Fingers - Live at the Fonda Theater
- Quinta-feira, 21h, BIS
O retorno de Hi Score Girl
Adaptação do mangá homônimo de Rensuke Oshikiri, o anime Hi Score Girl ganha sua segunda temporada na Netflix. O desenho aborda a vida de Haruo Yaguchi, um garoto impopular da década de 1990 que só pensa em videogames. Tudo muda com a chegada de Akira Oono, uma garota com quem estabelece uma amizade após derrotá-lo em um de seus jogos favoritos: Street Fighter II.
Hi Score Girl
- Segunda temporada disponível na Netflix