O porto-alegrense Beto Bigatti, 44 anos, aceita de bom grado o apelido de Pai Mala — na verdade, ele mesmo adotou o título em seu blog, no qual fala sobre os desafios cotidianos da paternidade. Pai do Gianluca, 13 anos, e do Stefano, seis, o publicitário participou nesta segunda-feira (27) do programa Encontro com Fátima Bernardes, da Globo, para divulgar seu projeto.
Portador de uma deficiência no braço direito que o deixou sem mão, Beto confessou que teve medo de que os filhos o rejeitassem.
— Era medo de deixar cair o filho, de eles terem vergonha do pai — explicou-se.
Na gestação do primeiro menino, Beto era tranquilizado por parentes e amigos. A insegurança, porém, era maior.
— Demorei muito a acreditar. Só consegui acreditar nesse amor quando ele veio. Ame o seu filho e esse amor vai voltar naturalmente — disse o gaúcho.
Beto acredita que é preciso estar sempre presente na criação e no desenvolvimento dos filhos, tratando as crianças com afeto e abrindo seus olhos para a diversidade do mundo. A deficiência faz com que ele se defina como "imperfeito, com muitos defeitos e algumas qualidades, mas sabendo aproveitar a beleza intensa da paternidade".
O conteúdo do Pai Mala também aborda constantemente a inclusão, para mostrar como a deficiência não define de forma alguma a experiência da paternidade.
No programa, Beto estimulou que os homens não deixem em segundo plano a criação dos filhos:
— Não abram mão, nunca.