Por dois dias inteiros, não abra seus olhos. Com eles vendados, pegue um barco, coloque duas crianças dentro e navegue por um rio agitado na esperança de chegar a um refúgio seguro. Essa é a única chance de sobrevivência vislumbrada por Malorie (Sandra Bullock) em direção ao clímax de Bird Box, filme que estreia nesta sexta-feira (21) direto na Netflix, sem passar pelos cinemas.
A aposta de dezembro da plataforma de streaming é um suspense bem amarrado e com desfecho surpreendente – ao menos para quem não leu o romance de Josh Malerman que deu origem ao longa-metragem dirigido pela dinamarquesa Susanne Bier, vencedora do Oscar e do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro com Em um Mundo Melhor.
A trama começa quando Malorie vai ao hospital fazer um exame periódico pré-natal. Na televisão, o aviso de uma onda de suicídios em países da Europa e da Ásia, que agora está chegando aos Estados Unidos. A causa é desconhecida: as pessoas simplesmente olham para o horizonte, miram um “fantasma” e acabam com a própria vida em segundos, com os objetos que têm ao alcance.
Em meio ao cenário pós-apocalíptico e na iminência de dar à luz, Malorie se junta a um grupo de pessoas, entre elas outra mulher grávida, com as quais fica trancafiada dentro de uma casa. Ali, os personagens vivem seus dramas e a incerteza de uma volta à normalidade. Malorie logo se vê responsável por dois bebês e passa a refletir sobre o seu papel como mãe, principalmente depois de conhecer os dilemas de Tom (Trevante Rhodes, de Moonlight), um veterano de guerra que se torna uma figura paterna idealizada.
Os anos correm, e a luta pela sobrevivência ganha contornos mais tensos a partir da jornada de Malorie com as duas crianças na embarcação.
– Foi libertador trabalhar com o medo invisível. A imaginação é o bem mais poderoso que temos em nossas vidas e nem nos damos conta disso – disse Trevante Rhodes em evento que promoveu Bird Box em São Paulo, na semana passada, que contou também com a presença de Sandra Bullock.