Se na ficção ela é papo reto, na vida real é ainda mais. Intérprete da corajosa e rebelde Elisabeta na novela Orgulho e Paixão, a atriz Nathalia Dill, convidada da edição desta quarta-feira (4) no programa Encontro com Fátima Bernardes, analisou o machismo que existe na sociedade e não deixou dúvidas: o problema existe em cada um de nós.
Um dos assuntos do programa era o machismo. Quando Fátima menciona o papel de Elisabeta, jovem de temperamento independente para o conservador início do século 20, que não está interessada em casamento por conveniência financeira, Nathalia Dill reforçou a conduta da personagem, baseada em Elisabeth Bennet, protagonista da obra Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.
— A gente gosta de brincar que ela é precursora de todos esses movimentos. Os movimentos surgiram a partir dessas mulheres, que tiveram essas necessidades. A Elisabeta não sabe que é feminista; não faz nada muito calculado. Só vai seguindo os instintos. E a partir dessas mulheres, que foram seguindo seus próprios instintos, é que as lutas começaram e os direitos foram conquistados — refletiu.
Fátima concordou com a posicionamento da atriz. Disse que a mulher precisa lutar o tempo todo para ser respeitada. Depois, quando o programa trouxe relatos de pessoas entrevistadas na rua, que falaram sobre o machismo no dia a dia (incluindo o depoimento de uma senhora, que contou que a neta se submete à vontade do namorado e joga no lixo o papel do chocolate que ele come), Nathalia disse que o problema é de todos. Não parte apenas dos homens, mas das mulheres também.
— Não é que existe "o machista". O machismo está entranhado em todos nós. Quando a neta dela (da senhora ouvida nas ruas) aceita, ela também está sendo, também está compactuando. É inegável que todos temos isso dentro de nós. É importante não só demonizar o machista, mas o machismo em cada um de nós.
A atriz foi incitada a falar também sobre o vídeo em que brasileiros aparecem assediando uma jovem na Rússia, durante a Copa do Mundo. O caso causou polêmica porque os homens pedem que a mulher, que não entende a língua deles, repita grosserias que eles falam em relação à genitália dela.
— Posso estar falando besteira, mas parece que os russos fizeram o movimento contrário. Acabaram criticando ela (a jornalista) por ter se permitido a brincar com os estrangeiros.
Nas redes sociais, Nathalia encontrou apoio.