Elas nasceram na década de 1990 e começaram as suas carreiras na TV já no novo milênio. Mas, apesar da pouca idade e de ainda terem vários caminhos a trilhar no mundo artístico, algumas jovens atrizes podem ser consideradas, em seus 20 e poucos anos, como estrelas de primeira grandeza.
"Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos", cantava Fábio Jr., em 1979, na música 20 e Poucos Anos. Nesta época, a nova geração de atrizes ainda nem sonhava em vir ao mundo. E, hoje em dia, aos 20 e poucos, estas gurias tomam conta das novelas, protagonizam cenas de impacto e são disputadas por autores.
Lindas e talentosas, elas brilham e mostram que maturidade vai muito além da data de nascimento. Alice Wegmann (22 anos), Camila Queiroz (25), Isabelle Drummond (24), Juliana Paiva (25) e Marina Ruy Barbosa (23, completados neste sábado) representam uma geração que chegou para ficar e encantar o público.
Menina arretada
Alice Wegmann estreou na TV aos 15 anos, com uma participação em Malhação. Em seguida, viveu a adolescente Sofia na novela A Vida da Gente (2011). Da trama das seis, a atriz voltou para Malhação, em 2012, desta vez como protagonista, a rebelde Lia. Em oito anos de carreira, foram vários trabalhos importantes, inclusive, no horário nobre, como a Isabela/Marina de A Lei do Amor (2016).
Mas o grande papel veio neste ano. Na supersérie Onde Nascem os Fortes, a jovem atriz faz de Maria uma anti-heroína intensa e cheia de nuances. Em poucos meses, a sua personagem escapou de um estupro, sequestrou, matou, ameaçou e sofreu dores inimagináveis. Nos olhos expressivos de Alice, o público enxergou uma imensidão de sentimentos a cada cena.
A atriz conta que a realização profissional está vindo na hora certa.
— Não digo que foi devagar, foi no tempo que teve de ser. Acredito muito que as coisas acontecem quando são para acontecer — conta Alice ao Diário Gaúcho, por e-mail.
Tem futuro: cresceu junto com as suas personagens e mostrou o amadurecimento do seu talento a cada trabalho. Já é uma das melhores da sua geração e merece chances de brilhar cada vez mais.
— Eu amo trabalhar e, na medida do possível, quero realizar e descobrir coisas em mim com personagens diferentes. Fico muito feliz com o que tenho traçado e me orgulho das coisas que fiz — comemora Alice.
O que falta: depois da controversa Isabela, de A Lei do Amor, e da atormentada Maria, da supersérie, merece uma mocinha mais clássica, sem sobressaltos. Não só ela poderá respirar depois de tanta tensão, mas o público verá uma faceta sua mais leve.
Vem aí: está cotada para ser uma das protagonistas de Troia, novela das nove prevista para 2019.
De caipira a estrela
A meteórica carreira de Camila Queiroz decolou graças a Verdades Secretas (2015), na qual deu vida à polêmica Angel. Em pouco tempo, a trama de Walcyr Carrasco carimbou um novo nome na calçada da fama da TV.
No ano seguinte, Walcyr presenteou a sua pupila com uma personagem sem grandes dificuldades: a caipirinha Mafalda, de Êta Mundo Bom!. Nascida em Ribeirão Preto, São Paulo, Camila nem precisou forçar muito o sotaque para soar convincente em cena.
A novela também trouxe à atriz um novo amor. Nos bastidores, ela deu início ao romance com Klebber Toledo, hoje, seu marido. Não à toa, Walcyr é um dos padrinhos desta união.
Em Pega Pega (2017), o tal sotaque foi deixado de lado, já que Luíza era da elite carioca. A mocinha não teve tanto apelo junto ao público — acabou "engolida" por um furacão chamado Sandra Helena (Nanda Costa). E muita gente achou que faltava química ao seu par com Mateus Solano (Eric).
Tem futuro: Camila é esforçada, mas ainda não teve um desafio à altura. Nas cenas finais de Verdades Secretas, por exemplo, ela foi bastante exigida e arrasou nas sequências de tensão. Deu até medo de ver a risadinha psicótica de Angel no último capítulo. O talento está ali, e como se diz, é um diamante a ser lapidado.
O que falta: talvez, uma vilã, uma personagem que tire Camila de sua zona de conforto. A carinha doce e meiga casaria bem com uma psicopata da pior espécie, daquelas que engana até mesmo o público.
Vem aí: a chance de fazer maldades na telinha deve chegar para Camila em breve. Ela está escalada para ser uma vigarista em Verão 90 Graus, novela das sete que estreia no ano que vem.
A boneca que virou guerreira
É impossível falar em Isabelle Drummond sem lembrar de Emília. Afinal, a atriz deu vida à famosa bonequinha do Sítio do Picapau Amarelo de 2001 a 2006.
A carinha de boneca continua, mas a carreira foi além do inesquecível Sítio. Ela já foi adolescente sabichona em Caras & Bocas (2009), empreguete famosa em Cheias de Charme (2012), jovem masculinizada e complexada em Sangue Bom (2013), patricinha em Geração Brasil (2014)... — isto, sem contar as mocinhas adoráveis de outras tramas.
Em seu trabalho mais recente, ajudou a desbravar o Brasil em Novo Mundo (2017). Como Anna, fiel amiga da princesa Leopoldina (Letícia Colin), Isabelle precisou mostrar seu lado guerreiro. Lutas de espadas, fugas de balão ou pela floresta foram alguns dos desafios que ela enfrentou na trama. Corajosa, mas sem perder a ternura.
Segura e dedicada, ela encara qualquer papel com pinta de veterana, conquistando público e crítica. É uma das poucas atrizes capaz de interpretar uma mocinha carismática, sem cair na chatice habitual deste tipo de personagem.
Na vida real, a nova empreitada de Isabelle é no ramo empresarial. A atriz ainda lançou uma linha de comidas naturais, além de dar palestras sobre empreendedorismo e criatividade.
Tem futuro: é uma das atrizes mais surpreendentes deste grupo, disposta a viver os mais diferentes papéis. Esbanja talento de sobra e já mostrou ser capaz de segurar a onda de protagonizar uma novela.
O que falta: a maioria dos trabalhos de Isabelle se concentra nos horários das 18h e 19h. A única participação no horário nobre foi como a Helô, na primeira fase de A Lei do Amor, em 2016 (papel que, em seguida, coube a Claudia Abreu). Em uma personagem mais intensa e sem os limites que outros horários impõem, pode mostrar ainda mais.
Vem aí: Isabelle será protagonista de Verão 90 Graus, com gravações previstas para começarem no mês de outubro.
Da comédia ao drama, ela brilha
Juliana Paiva chegou de mansinho, em um papel secundário na temporada de 2012 de Malhação, até que aconteceu um tsunami chamado Fatinha. A periguete roubou todas as cenas, arrebatou os fãs com a explosiva química que tinha com Bruno (Rodrigo Simas) e virou celebridade dentro e fora da novelinha. Tanto que, dois anos depois, ela voltou para dar o ar de sua graça por alguns capítulos.
Uma versão ainda mais doida de Fatinha surgiu em 2015, na novela Totalmente Demais. Obcecada pela ideia de ser famosa, Cassandra era capaz das maiores loucuras. O sucesso foi tão grande que a personagem ganhou uma sobrevida: 10 episódios produzidos para a internet, na websérie Totalmente Sem Noção Demais.
Para quem achava que Ju só se saía bem em papéis cômicos, aí, veio a doce Simone, de A Força do Querer (2017). Em meio às dúvidas sobre a sexualidade da prima Ivana (Carol Duarte), os preconceitos do pai, Eurico (Humberto Martins), o vício em jogo da mãe, Silvana (Lilia Cabral), Simone era a melhor ouvinte e conselheira da trama. Sua intérprete chorou, emocionou e provou que nem só de risadas vive uma boa atriz. Fazer a emoção chegar do outro lado da telinha foi um grande mérito de Juliana.
Tem futuro: Juliana já mostrou que manda bem em tipos variados. Seja no drama ou na comédia, ela se esforça para entregar um bom resultado.
O que falta: depois de servir de ombro amigo para metade do elenco de A Força do Querer, a atriz merece ter uma personagem com histórias e com dramas próprios.
Vem aí: falta pouco para vermos Ju, enfim, como protagonista. Ela será Marocas na próxima novela das sete, O Tempo Não Para, com estreia prevista para 31 de julho, na Globo.
A belíssima plebeia
Não poderia faltar nesta lista a ruivinha mais disputada da TV brasileira. Marina Ruy Barbosa está no ar como a Amália em Deus Salve o Rei, mas já tem novo trabalho engatilhado e apenas 10 dias de folga entre o fim das gravações de uma trama e o início da outra.
Nada mal para quem começou criança, como a angelical Aninha em Começar de Novo (2004). No mesmo ano, ela esteve em Belíssima — atual reprise do Vale a Pena Ver de Novo — contracenando com ninguém menos do que Fernanda Montenegro.
O grande salto na carreira de Marina, que marcou a sua transição para a "fase adulta" na ficção, foi a "sweet child" Maria Isis, a amada do Comendador (Alexandre Nero), em Império (2014).
Tem futuro: com uma carreira sólida, é uma atriz carismática e esforçada. Afinal, emendar um trabalho no outro, sem férias, não é para qualquer uma. Mas ela tira de letra e arrebata uma legião de fãs.
O que falta: ainda não vimos Marina "mostrar as garras" como uma grande vilã. Quem sabe este seja o momento de se despir das mocinhas e encarar um papel fora destes moldes?
Vem aí: em julho, ela começa a gravar Sétimo Guardião, novela de Aguinaldo Silva que estreia no horário nobre, em novembro.