Um dos programas gastronômicos de maior sucesso no mundo, o The Taste emplacou no Brasil. A competição caracterizada pela entrega da comida em uma colher (e não no prato) tornou-se conhecida por aqui pela qualidade dos competidores – e do seu trio de mentores: os chefs André Mifano, Claude Troigros e Felipe Bronze. Nesta segunda temporada, que termina nesta quinta-feira, às 22h30min, no canal GNT, o nível melhorou em comparação à primeira. Os debates entre os três chefs para avaliar as criações dos pupilos, em vários momentos, foram acirrados.
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A disputa pelo troféu da segunda temporada do The Taste Brasil (e de um cheque de R$ 100 mil) reúne quatro cozinheiros restantes dos 12 que iniciaram o programa. Dois deles serão eliminados em uma primeira prova, que contará com a participação do chef convidado, o francês Laurent Suaudeau. Esses dois, no entanto, disputarão uma espécie de repescagem, cujo vencedor voltará para participar da última prova junto aos demais.
Bronze ganhará novamente (sua pupila Jéssica levou a melhor na primeira temporada), agora com Vitor? Ou será a vez de Claude, mentor de Thales, um dos competidores mais destacados nos episódios anteriores? Com dois pupilos entre os finalistas (Fernanda e Rafael), Mifano parece ter mais chances. Será?
Os nove episódios anteriores estão disponíveis no GNT Play. E a terceira temporada já foi confirmada para 2017.
5 perguntas para os 3 mentores:
André Mifano
Como você avalia a segunda temporada do programa? O nível dos candidatos foi melhor? E, enquanto mentor, você usou mais estratégia nesta edição?
O nível estava muito melhor do que na temporada passada. A credibilidade do programa atraiu essas pessoas. Quanto às estratégias, uso sempre a mesma: tento ajudar cada candidato a aflorar o que tem de melhor. A competição é entre eles. Sou só um mentor.
Você se decepcionou com algum candidato de sua equipe? Por quê?
De forma alguma. Tenho certeza de que todos eles deram o que tinham de melhor. Nem todo mundo pode chegar à final.
Vivemos um momento de alta das competições gastronômicas na TV.Por que The Taste Brasil se diferencia dos demais?
Gosto muito do The Taste por dois motivos. Primeiro: nós não somos jurados, e sim mentores. Não queremos humilhar ou atrapalhar os participantes, mas ajudá-los. Segundo: todas as degustações são às cegas. Assim, é impossível ser parcial. Por isso, o programa conquistou o Brasil.
Qual é o maior desafio do mentor no programa? É possível ajudar o cozinheiro e, ao mesmo tempo, deixar o participante ter autonomia?
O maior desafio é exatamente este: ensinar sem mudar a receita original do participante.
É difícil entrar em consenso sobre quem sai e quem fica no programa? Nesta edição, parece que ocorreram embates mais calorosos entre vocês mentores...
É extremamente difícil. Principalmente com o alto nível da temporada. Só temos um consenso imediato quando a colher é muito ruim. Caso contrário, as discussões são longas. Afinal, somos três pessoas diferentes, com gostos diferentes.
Claude Troisgros
Como você avalia a segunda temporada do programa? O nível dos candidatos foi melhor? E, enquanto mentor, você usou mais estratégia nesta edição?
Minha estratégia foi conseguir um time diversificado: um mineiro, um técnico de vanguarda, um oriental e um amador apaixonado. Os candidatos deste ano eram mais preparados, já conheciam as nuances do programa, todos sabiam o que fazer e como fazer.
Você se decepcionou com algum candidato de sua equipe? Por quê?
Decepcionei-me com o Gabriel (Coelho, eliminado na semana retrasada) porque era o melhor cozinheiro do The Taste, o mais técnico, e saiu da competição por um erro banal.
Vivemos um momento de alta das competições gastronômicas na TV.Por que The Taste Brasil se diferencia dos demais?
Porque é um programa que coloca os participantes num lugar de aprendizado. Os mentores os ajudam a fazer o melhor, a ganhar a competição. E porque mostra a positividade da profissão de cozinheiro.
Qual é o maior desafio do mentor no programa? É possível ajudar o cozinheiro e, ao mesmo tempo, deixar o participante ter autonomia?
O desafio é fazer o time entender o recado, entender a filosofia do mentor e dar o máximo de si na competição.
É difícil entrar em consenso sobre quem sai e quem fica no programa? Nesta edição, parece que ocorreram embates mais calorosos entre vocês mentores...
Concordo. O que vale é o sabor, o gosto da colher que comemos. A técnica é menos importante no caso do The Taste Brasil. Por isso as discussões.
Vitor Oliveira
Como você avalia a segunda temporada do programa? O nível dos candidatos foi melhor? E, enquanto mentor, você usou mais estratégia nesta edição?
Foi, sem dúvida alguma, exponencialmente melhor do que a primeira! Nós, mentores, estávamos mais seguros, e os candidatos tinham mais recursos e bagagem. A química, que já era ótima, ficou ainda melhor. E acho que vai ser ainda mais incrível na terceira temporada, em 2017.
Você se decepcionou com algum candidato de sua equipe? Por quê?
Eu que não soube ajudar o Mauri (Olmi) e o Henrique (Ide, que saiu na semana passada). A Sofia (Marinho) tem um estilo mais próximo do André (Mifano). E o estilo tem de bater, isso faz a diferença.
Vivemos um momento de alta das competições gastronômicas na TV.Por que The Taste Brasil se diferencia dos demais?
A principal qualidade do The Taste é valorizar a profissão, o cozinheiro. E o trabalho em equipe. Nós estamos lá para ensinar, aprender, sofrer juntos. Isso nos tira da posição de super-heróis e nos aproxima dos competidores. Com todo respeito aos outros programas, o The Taste é mais intenso e verdadeiro.
Qual é o maior desafio do mentor no programa? É possível ajudar o cozinheiro e, ao mesmo tempo, deixar o participante ter autonomia?
Às vezes, sabemos que o caminho do competidor não é o melhor, e queremos ajudar, mas temos que deixá-lo brilhar. Esse equilíbrio é difícil. Na primeira temporada influenciei demais, agora acho que influenciei menos que devia. Procuro o equilíbrio.
É difícil entrar em consenso sobre quem sai e quem fica no programa? Nesta edição, parece que ocorreram embates mais calorosos entre vocês mentores...
É muito difícil. Porque nós temos nossas preferências, gostos e opiniões pessoais. A primeira eliminação foi muito difícil para mim, não achava justo o Mauri sair. Me emocionei, não foi fácil. Mas acho que, a longo prazo, as injustiças tendem a ser corrigidas.