Karine Dalla Valle
Itamar Vieira Junior havia publicado apenas dois livros de contos quando finalizou seu primeiro romance. Olhou longe e mirou em Portugal, onde inscreveu Torto Arado em um importante prêmio literário, o Leya, do qual saiu vencedor em 2018. No Brasil, o livro chegou com o selo da Todavia após circular em terras portuguesas – e aqui arrebatou nada menos do que os prêmios Jabuti e Oceanos, em 2020, além de se tornar sucesso de vendas. Na trama, um povoado negro formado por pessoas que vivem em situação análoga à escravidão começa a entender a importância de ter direito à terra onde vive. Quem conta essa história são vozes femininas que, ao misturarem suas próprias dores à narrativa, apagam as demarcações do tempo e fazem o leitor entender que as lutas de ontem são as mesmas de hoje. Um dos convidados da atual edição da FestiPoa Literária, o autor baiano de 41 anos concedeu a seguinte entrevista por telefone.
- Mais sobre:
- com a palavra
- caderno doc