SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pandemia do novo coronavírus e o consequente isolamento social causado por ele forçaram o meio artístico a exercer, mais do que nunca, sua criatividade. Anitta, 27, é um claro exemplo disso. Em entrevista coletiva virtual nesta sexta-feira (10), a cantora lançou o clipe de seu novo single "Tócame", parceria com Arcangel e De La Ghetto, voltado para o mercado latino.
No vídeo, além do já conhecido rebolado, Anitta mostra sua mansão e conta com a participação do namorado, Gui Araújo, 32, em cenas de bastante intimidade. "Tivemos que gravar com quem estava em casa. Nunca coloquei namorado em clipe, porque vou lá, termino, e ele está lá, mas não tinha o que fazer. Ele foi fofo também. É engraçado fazer um clipe só a gente e um drone", diz a cantora, ao descrever como foi realizar o trabalho respeitando o distanciamento. Ela também falou de anônimos dançando em suas janelas, quintais e lajes.
"Gravamos muito rápido. A dificuldade foi ter a ideia. Não estava conseguindo chegar a uma fórmula. Tive que pedir para o [diretor] Giovanni Bianco. Mais difícil deve ter sido para a produção encontrar pessoas pela internet que dançassem e o drone pudesse chegar lá também", pontua a cantora, ao dizer que até a escolha da música que seria lançada foi pensada pela facilidade de divulgá-la sem comparecer a programas presencialmente, usando apenas a internet como aliada.
"A escolha dessa faixa foi por causa da pandemia. Estávamos com uma estratégia cronológica das músicas e tivemos que mudar. Íamos unir os lançamentos com vários acontecimentos, o [festival] Coachella, alguns programas de TV e capas de revista que já estavam marcados. Como tudo isso foi cancelado, tivemos que mudar os planos", diz a cantora.
Ainda em recuperação após diagnóstico de trombose que a levou à internação em junho, Anitta não pôde realizar coreografias e stories para lançar em suas redes sociais como fez em trabalhos anteriores. "Tive que me reinventar, a médica me deu muito esporro. Embora eu esteja fora de perigo é sempre bom fazer o repouso, faltam aí uns quatro dias para eu poder fazer exercícios. Com "Desce Pro Play" tive a sorte de já ter gravado muita coisa antes. Com "Tócame" não gravei, porque não pude, terei que deixar para semana que vem."
Anitta afirma ainda que não está mais comandando a carreira sozinha, como fez, desde o início na vida artística. "Já tinha falado que queria dar uma descansada. Este ano está sendo uma oportunidade de ficar mais em casa, porque estava numa batida impossível de trabalho, muito louca. O objetivo de eu assinar esse contrato internacional, não só com a Warner Internacional, mas com o manager, foi desafogar um pouco das minhas tarefas. Estou fazendo a parte de artista e quando acaba vou dormir", comemora.
Com novo álbum mais focado em sua vida pessoal, Anitta diz que a ideia é não ter muitas parcerias. "Uma das músicas escrevi quando descobri pelos jornais que tinha um novo irmão. Estava no estúdio e do nada comecei a ver mensagens sobre isso e fiquei feliz de um jeito que não conseguia mais me concentrar na música, chorava, pulava, mandei mensagem para o [irmão] Felipe, foi a primeira vez que falei com ele. Os produtores falaram para eu colocar isso na letra e eu pus. Foi bem legal. Não sinto vontade de colocar outras pessoas cantando comigo nesse álbum."
A artista se mostra grata ao falar de tudo que conquistou até hoje, deixando claro que se orgulha do novo trabalho, mas que olha para si com mais generosidade tentando não se cobrar tanto. "Lançar o disco não me traz frio na barriga, porque botei na minha cabeça de não me sentir mais pressionada. Estava com muito medo de ter que dar certo, bombar e eu parei para pensar que tenho 27 anos e fiz muita coisa incrível. Meus ídolos conhecem meu trabalho. Não estou criando expectativa, só estou tentando fazer algo que eu me orgulhe. É o álbum que eu mais amo em toda a minha vida."
Já ao falar sobre o futuro ao lado de Gui, a cantora se mostra mais cuidadosa, lembrando o ditado "o futuro a Deus pertence". "Ele apoia meu trabalho, não reclama de nada. Brinco que é difícil saber quem tem mais ex, porque ele é igual a mim, minha versão masculina. Como vai ficar depois da pandemia? Sei lá. Nos perguntamos como vai ser e aí passa. Cada um tem sua vida e ele não vai ficar me acompanhando, porque não é meu funcionário. Quando der, nos encontramos, ficamos juntos, tanto eu quanto ele somos muito de não ficar pensando no depois. Estamos felizes agora", finaliza.