LOS ANGELES, EUA (FOLHAPRESS) - A Disney não poupou munição ao apresentar os detalhes das suas séries originais para o Disney Plus, seu serviço de streaming que estreia em 12 de novembro nos Estados Unidos -a América Latina só terá acesso em 2020, mas o estúdio garante que já sairá com produções locais.
O estúdio mostrou, nesta sexta-feira (23), no centro de convenções de Anaheim, uma longa lista de superproduções originais da Marvel, do universo "Star Wars", Pixar e até de animações refeitas em live-action.
"Queremos atingir consumidores de todas as idades com conteúdo de grande qualidade", disse Kevin Mayer, executivo responsável pela divisão do estúdio que lida com o Disney Plus. Sendo assim, a primeira série apresentada foi uma sequência da série "Lizzie McGuire", que revelou a cantora pop e atriz Hilary Duff. A própria Hilary retorna para o papel, agora com a personagem com 30 anos e com a "vida dos sonhos" em Nova York.
Também para o público adolescente, o serviço de streaming trará "High School Musical - The Musical: A Série". É uma espécie de remake metalinguístico do famoso programa teen, mas sobre jovens estudantes encenando o musical na escola onde a série se passava originalmente.
Do lado da Pixar, o estúdio apresentou "Forky Asks a Question" ("Garfinho Faz uma Pergunta"), uma coleção de curtas animados estrelados pelo personagem de "Toy Story 4". Já "Monsters At Work" é uma série derivada de "Monstros S.A." (2001) sobre um monstro tentando encontrar um emprego num mundo que só se interessa por risadas.
O presidente da Marvel, Kevin Feige, foi ovacionado pelos milhares de fãs presentes ao maior auditório do centro de convenções. E ele serviu como principal garoto-propaganda do Disney Plus. Não apenas por fazer menções diretas às assinaturas do serviço de streaming, oferecidos com desconto para os presentes, mas por desfilar o poderio dos seus heróis como as grandes estrelas da empresa.
A começar por "Vingadores: Ultimato", maior bilheteria da história do cinema, que ganhou data no serviço norte-americano: 11 de dezembro.
Mas foram as novas séries originais da Marvel que roubaram a cena. "What If..." é uma animação que imagina "o que aconteceria" com heróis Marvel em situações alternativas, como a existência de um Capitão América zumbi ou do Pantera Negra virando o líder dos "Guardiões da Galáxia".
"Loki" é uma sequência direta de "Ultimato" com o roteirista Michael Waldron mostrando o que aconteceu com o Deus da Trapaça vivido por Tom Hiddleston ao tomar posse do cubo cósmico.
Feige mostrou, então, as primeiras imagens de "WandaVision", protagonizada pelo casal de heróis Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany). A série parece uma mistura esquisita de sitcom de casal com os jogos mentais de "Legion".
A única novidade de "O Falcão e o Soldado Invernal" foi o anúncio de um novo personagem, John Walker (Wyatt Russell), conhecido supervilão do Capitão América nos quadrinhos, e a confirmação da volta de Sharon Carter (Emily VanCamp).
No fim da apresentação, Feige ainda revelou que a Marvel está desenvolvendo três novas séries para o Disney Plus: "Ms. Marvel", sobre a heroína de família paquistanesa que virou sensação nos quadrinhos; "Cavaleiro da Lua", uma espécie de Batman de múltiplas personalidades da Marvel; e "Mulher-Hulk", a prima poderosa de Bruce Banner, a advogada Jennifer Walters.
"Esses episódios vão cruzar com os filmes do MCU de uma maneira importante. É uma nova forma de narrativa que podemos explorar e brincar", finalizou o executivo.
A fórmula da Disney em transformar os seus clássicos animados em filmes live-action vão pular para o novo serviço de streaming. Já estreia com a versão de "A Dama e o Vagabundo", que usa cães reais (e resgatados por associações de proteção aos animais) com as vozes de estrelas como Justin Theroux e Tessa Thompson.
"Togo" segue a linha melosa tradicional do estúdio trazendo Willem Dafoe em uma história real sobre um cão de trenó, enquanto "Noelle" é uma comédia natalina com Anna Hendricks e Bill Hader no papel dos filhos do Papai Noel que precisam assumir os negócios da família.
O fim do dia foi com outra arma poderosa da Disney: "Star Wars". A presidente da LucasFilm, Kathleen Kennedy, subiu a palco e apresentou as primeiras informações sobre a presença do universo criado por George Lucas no Disney Plus.
"A qualidade é idêntica aos dos filmes e a plataforma nos dará uma maior interação com os fãs. Vamos fazer algo que tocará os corações de quem se importa com o que fazemos", explicou Kennedy, completando que todos os longas da saga estarão disponíveis no serviço de streaming.
A executiva, em seguida, apresentou a série protagonizada pelo anti-herói Cassian Andor (Diego Luna), um dos personagens do filme "Rogue One" (2016). Será uma prequel em dez episódios que começará a ser rodada em Londres no ano que vem.
"Passei dois anos esperando por esse momento. Vamos parecer mais jovens, o que é ótimo", brincou Luna ao lado de Alan Tudyk, que volta ao papel do androide K-2SO.
Kennedy também confirmou oficialmente a série sobre Obi-Wan Kenobi, o mestre Jedi vivido por Alec Guinness em "Guerra nas Estrelas" (1977) e por Ewan McGregor na segunda trilogia "Star Wars". O personagem seria a estrela de um filme para cinema, mas o fracasso do longa "Solo" fez o estúdio mudar de ideia e transferir o projeto para o streaming, em formato serializado.
"Todo mundo me perguntava se eu viveria Obi-Wan novamente. Agora posso finalmente dizer: sim", gritou McGregor para deleite dos fãs. Mestre de Luke Skywalker (Mark Hamill), Kenobi é um dos personagens mais queridos e misteriosos da saga espacial, mas nenhum detalhe sobre a trama foi revelado. "Os roteiros estão todos escritos e começamos a filmar em 2020", resumiu Kathleen Kennedy.
A cereja do bolo foi a apresentação de "The Mandalorian", a primeira série "Star Wars" a abrir o Disney Plus, em novembro. O cineasta e showrunner Jon Favreau ("Homem de Ferro") lançou o trailer e apresentou parte do elenco, como o protagonista Pedro Pascal e Taika Waititi, que também dirigirá um dos oito episódios da temporada.
O personagem do caçador de recompensas (Pascal) é uma "criatura do submundo", de acordo com Favreau, e vive suas aventuras em um período cinco anos após os eventos de "O Retorno de Jedi". "O caos reina, pois não há um governo central", explicou o showrunner. "É como o mundo dos velhos filmes de samurais e caubóis."