O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, como é conhecido, fica instalado no bairro imperial de São Cristovão, zona norte do Rio de Janeiro, e reúne mais de 20 milhões de itens, divididos em coleções de paleontologia, zoologia, botânica, antropologia, arqueologia, entre outras.
O lugar já foi residência oficial da família imperial brasileira. Dom João VI inaugurou em 1818 o museu com o nome de Museu Real, que funcionou primeiramente no Campo de Santana, no centro do Rio.
O diretor de Preservação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou que o incêndio no local causa um “dano irreparável” ao acervo e à pesquisa nacional, mas ainda não é possível saber o que foi destruído.
Conheça alguns itens do museu:
— Luzia: um dos mais importantes itens era um fóssil humano, achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974. Batizado de Luzia, fazia parte da coleção de antropologia. Trata-se do fóssil de uma mulher que morreu entre 20 e 25 anos e seria a habitante mais antiga das Américas.
— Meteorito Bendegó: outra preciosidade era o maior meteorito já encontrado no Brasil, chamado de Bendegó e pesando 5,36 toneladas. A pedra é de uma região do sistema solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem mais de 4 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, no sertão da Bahia, na localidade de Monte Santo. Quando foi encontrado era o segundo maior do mundo. A pedra integra a coleção do Museu Nacional desde 1888.
— Máscara funerária do Egito Antigo: Dom Pedro I arrematou em um leilão em 1826 a maior coleção de múmias egípcias da América Latina. A maioria das peças veio da região de Tebas. O Museu Nacional expunha, além de itens como a máscara funerária da foto, três múmias: Hori, Harsiese e a Múmia Feminina, esta última uma peça rara devido à técnica que mantém os membros enfaixados separadamente.
— Afresco de Pompeia: o acervo greco-romano, com peças de roupa, mobília e amuletos, vinha em grande parte da coleção da Imperatriz Tereza Cristina e era proveniente das cidades de Pompéia (como no caso do afresco da foto) e Herculano, destruídas em 79 d.C. por uma erupção do vulcão Vesúvio.
— Maxakalisaurus topai (réplica): o acervo do museu abriga o Maxakalisaurus topai, conhecido como Dinoprata, o primeiro dinossauro de grande porte montado no Brasil. Uma réplica do esqueleto completo do dinossauro era uma das mais populares atrações do museu.
— Esqueleto de baleia jubarte: com 17 metros de comprimento, o esqueleto montado há mais de 100 anos era uma das atrações mais populares do museu, mas estava em uma sala de exposição fechada.
História
Fundado por Dom João VI em 6 de junho de 1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi inicialmente instalado no Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural, popularmente chamada "Casa dos Pássaros", criada em 1784 pelo Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de mineralogia e zoologia.
A criação do museu visava a atender aos interesses de promoção do progresso sócio-econômico do país através da difusão da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1946.
O Museu Nacional abrigava um vasto acervo com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes registros da história brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como amplos e diversificados conjuntos de itens provenientes de diversas regiões do planeta, ou produzidos por povos e civilizações antigas.
Formado ao longo de mais de dois séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o acervo é subdividido em diversas coleções. É a principal base para as pesquisas desenvolvidas m todas as regiões do país e em outras partes do mundo, incluindo o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 47 mil volumes e 2,4 mil obras raras.
No campo da educação, o museu oferece cursos de extensão, especialização e pós-graduação em diversas áreas do conhecimento, além de exposições temporárias e atividades educacionais. Administra o Horto Botânico, ao lado do Palácio de São Cristóvão, além do campus avançado na cidade de Santa Teresa, no Espírito Santo — a Estação Biológica de Santa Lúcia, mantida em conjunto com o Museu de Biologia Professor Mello Leitão. Um terceiro espaço no município de Saquarema é utilizado como centro de apoio às pesquisas de campo.