Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu Nacional, situado na Quinta da Boa Vista, local histórico da zona norte do Rio de Janeiro, na noite deste domingo (2).
Os bombeiros foram acionados às 19h30min e, às 23h, ainda combatiam as chamas que assolavam o prédio da instituição. De acordo com informações da assessoria, apenas quatro funcionários de segurança estavam no prédio no momento do incêndio, e nenhum deles ficou ferido - a visitação, aos domingos, fica aberta até as 16h.
Especializado em história natural, o Museu Nacional é o mais antigo centro de ciência do Brasil e o maior desse tipo na América Latina. Criado em 1818 por Dom João VI, ainda sob o nome de Museu Real, foi localizado entre as atuais ruas Visconde do Rio Branco e da Constituição, no centro do Rio. O museu está subordinado desde 1946 à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O acervo conta com mais de 20 milhões de peças das áreas de antropologia, botânica, entomologia, geologia e paleontologia, além de documentos históricos do trabalho científico feito no país nos últimos 200 anos e mais de 474 mil obras bibliográficas.
O museu ocupa um prédio histórico que remonta ao Império: serviu como palácio da família real portuguesa. Com a Proclamação da República, em 1889, e o consequente banimento da Família Imperial do Brasil, os aposentos internos do palácio foram descaracterizados e a maior parte do mobiliário leiloado. Em 1938, o prédio foi tombado pela antiga Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Em junho deste ano, o Museu Nacional completou 200 anos e realizou uma série de eventos, que incluiu oficinas, exposições, jogos e atividades lúdicas, como o passeio em um túnel que reproduz o solo lunar, escavações de dinossauros, polinização de flores, além da apresentação da bateria da Imperatriz Leopoldinense.
Em nota, o Ministério da Educação lamentou o incêndio, afirmando que "não medirá esforços para auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no que for necessário para a recuperação desse nosso patrimônio histórico".