Na manhã desta terça-feira (4), bombeiros deram continuidade ao trabalho de rescaldo após o incêndio que assolou o Museu Nacional. Durante os serviços, um dos militares afirma que sofreu uma queimadura na tentativa de abrir um armário em ferro incandescente e que, dentro deste móvel, estava um crânio — possivelmente o de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas. As informações são do jornal O Globo e O Estado de S. Paulo.
No entanto, ainda não é possível afirmar de que se trata realmente do lendário crânio. A arqueóloga Cláudia Rodrigues, uma das diretoras do espaço cultural, afirmou que a identidade só será confirmada após análises técnicas.
O acervo do Museu Nacional, no entanto, tinha centenas de crânios. Ainda de acordo com a assessoria do local, os fragmentos de Luzia não estavam em exposição, por serem muito requisitados por estudiosos. O crânio estava em uma caixa de metal que, não se sabe ainda, se resistiria ao fogo.
Armazenamento das peças restantes
No momento, todas as peças que são resgatadas do Museu Nacional estão sendo realocadas para dois espaços anexos. Um deles é junto ao próprio Museu, no Departamento de Vertebrados Alípio de Miranda Ribeiro, enquanto o restante levado para laboratórios de outros departamentos em setores do Horto Botânico, que fica na Quinta da Boa Vista e foram construídos na década de 1990.
— As peças recuperadas estão guardadas nestes locais e serão analisadas com muito cuidado posteriormente por pessoas técnicas especializadas - afirma o biólogo Paulo Buckup, curador de uma das exposições, que chegou a arrombar as portas do Museu no domingo para salvar algumas peças.
Na madrugada desta terça-feira, alguns focos de incêndio voltaram a aparecer no Museu, mas apagados logo em seguida com a ação da chuva. Agentes seguem em ação vistoriando as estruturas.