Tywin Lannister, em um dos seus muitos inspirados diálogos, certa vez disse que Cersei não era tão esperta quanto ela achava. Ele tinha razão.
A nossa madrasta favorita conseguiu saborear o gosto da vingança contra a rainha Margaery ao prender o irmão dela, Loras Tyrell. No entanto, a que ponto ela foi cega ao dar tanto poder para fanáticos religiosos? Nós já tivemos uma boa amostra de que os pardais não medirão esforços para punir a todos aqueles que julgarem necessário, e o mais provável é que Cersei tenha armado seus futuros inimigos.
Chegando à metade da quinta temporada, Game of Thrones já tem todas as suas tramas encaminhadas e se prepara para fazer o que melhor sabe: mudar a dinâmica do jogo.
O rei Tommen é um bom garoto, porém é apenas um garoto fraco e influenciável. Ao recuar após ser bloqueado pelos pardais, mostrou o quanto ainda é inseguro. E as vozes do povo o chamando de bastardo evidenciam o óbvio. Todos já ouviram falar que ele é fruto de uma relação incestuosa, algo que não é visto com bons olhos.
Tywin morreu. Tyrion fugiu. Jaime está em Dorne. Os demais conselheiros, Cersei está se esforçando para afugentar. O poder dos Lannister se esvaiu rapidamente, e, ao menos agora, não vejo como possa haver um futuro agradável para os remanescentes.
Falando em Dorne, finalmente fomos apresentados às Serpentes de Areia. Mais uma cena que, assim como a do príncipe Doran Martell, não empolgou muito. Em cinco episódios, quase nenhum espaço foi dado para o mais quente dos Sete Reinos. Espero que aumentem as tensões e tudo isso não se resuma apenas ao destino de Myrcella, a filha de Jaime e Cersei.
Do reino mais quente ao mais frio. Stannis Baratheon resolveu deixar a Muralha e rumar com seu exército para o sul. Já Jon Snow me deixou orgulhoso como Senhor Comandante. Ele não apenas é inteligente, como também está disposto a tomar medidas impopulares se acredita serem as corretas.
Mesma atitude que Daenerys deveria ter. A rainha está vacilante. E um dos efeitos disso foi uma boa sequência de ação na qual Verme Cinzento, comandante dos imaculados, foi gravemente ferido e Barristan morreu. Irada, a ex-Khaleesi mandou prender os chefes das famílias nobres para saber quem está conspirando contra ela. Após todos esses problemas e muitos conselhos, a rainha resolveu reabrir as arenas de lutas e se casar para oficializar os laços com o povo de Meeren. Para ser sincero, as duas coisas que mais me chamaram a atenção foram a bela cena dos dragões comendo um dos homens e os erros de continuidade - bobos, porém perceptíveis, como uma lágrima no olho que desaparece - nas cenas de Emilia Clarke.
A caminho da Baía dos Escravos, Jorah e Tyrion passaram pelas ruínas de Valíria, capital de um império que já foi o mais poderoso do mundo conhecido e teve toda a ganância dos seus homens vingada pela natureza, que cuspiu lava e deixou o local sob eterna perdição. Lá, fomos apresentados aos homens de pedra, que atacaram a dupla que passava e tocaram em Jorah, que ficou com escamagris, a mesma doença da pequena Shireen Baratheon. Foi uma sequência assustadora e bem produzida. As ruínas, o dragão sobrevoando, a maquiagem dos homens de pedra, a cena que Tyrion é puxado dentro da água. Game of Thrones tem qualidade de filme de alto orçamento e supera qualquer outro produto televisivo sem fazer esforço algum. A impressão que tenho é que uma única cena como essa deve custar mais que todas as cenas com efeitos especiais de Once Upon a Time ou Lost.
A próxima rodada já começou. Cersei, Margaery, Serpentes de Areia, Daenerys, Sansa e outros tantos personagens querem vingança. A hora de vingar e ser vingado sempre chega. E todo ato tem consequências.
Nos vemos na próxima semana com o resumo do sexto episódio e daqui a duas semanas com a crítica dos episódios seis e sete. Até lá!
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