Eles deram início à guerra pelo Trono de Ferro, elas têm conquistado merecido destaque e são a força motriz de quase todas as tramas de Game of Thrones. Contudo, enquanto o poder recém está aflorando em algumas personagens, é posto à prova para outras.
Em sua primeira aparição na série, Cersei era uma rainha que não fazia a menor questão de ser simpática. Seu posto lhe dava esse direito, até há pouco. O casamento de seu filho Tommen com Margaery Tyrell fez com que ela se tornasse apenas a mãe do rei, posição com influência diminuta. Vale destacar a atuação de Lena Headey, que de um episódio para outro perdeu boa parte de sua arrogância ao perceber que o poder está escorrendo por entre seus dedos. O diálogo de sua personagem com a nova rainha fez com que eu sentisse um bocado de pesar por ela.
Quem também saiu enfraquecida nesta rodada foi a mãe dos dragões. Novamente enfatizo que o senso de justiça de Daenerys pode levá-la à queda. A decisão de matar um de seus companheiros - ele já havia aparecido na série antes da quinta temporada? Mais um personagem que passou pela minha vida e só isso - incitou a fúria de parte da população. Como se não bastasse isso, Drogon reaparece e o contato entre mãe e filho expôs claramente o quanto ela se sente sozinha, e provavelmente assim continuará.
Após sofrer muitas provações em Westeros, Arya finalmente desembarca em Braavos. O que ela encontra é uma enorme porta fechada, que faz com que tenha que se virar sozinha, algo ao qual já se acostumou. Ver o crescimento da atriz e da personagem em cena é um dos muitos prazeres proporcionados por Game of Thrones. E quando ela finalmente tem acesso à Casa do Preto e Branco, nós também somos conduzidos a um mundo desconhecido. Estou muito curioso em saber de que forma ela será treinada e como renascerá, sem identidade. A vida já deixou muitas marcas em Arya, e eu não sei até que ponto seus interesses pessoais vão afetar o aprendizado. Ainda sonho em vê-la voltar para a terra natal e vingar a morte dos parentes. Para isso ocorrer, todavia, não sei se precisaria e pode simplesmente abandonar a sociedade religiosa dos Homens Sem Rosto.
Enquanto Arya busca o poder de forma mais física, sua irmã, Sansa, o faz pela estratégia. Lorde Baelish arranjou seu casamento com Ramsay Bolton, o qual ela aceitou. Essa é uma união muito curiosa. O ex-bastardo prometeu que faria ela feliz, e por algum motivo eu acreditei nisso. Talvez seja porque a jovem Stark, mais conhecida como chave para o Norte, tenha crescido assustadoramente e eu creia que ela não apenas saberá lidar com ele, como também terá um poderoso aliado. Meu desejo de que ela se torne um Joffrey de vestido está um pouco mais perto de se tornar realidade.
No segundo episódio finalmente tivemos o tão esperado encontro com as terras mais ao sul, e ele foi rápido e sem graça. Myrcella parece estar muito feliz, graças ao príncipe Doran Martell, que é muito mais comedido que Oberyn. Em contraponto temos Ellaria, que só pensa em vingança e, ao lado das Serpentes de Areia, que ainda não apareceram, deve mostrar o poder das dornesas.
No outro extremo dos Sete Reinos, a trama anda em ritmo acelerado. Neste começo de temporada, a Muralha tem sido meu local favorito. Após ser eleito Senhor Comandante, Jon Snow mostra grande maturidade para comandar os patrulheiros - e a expressão que foi da dúvida ao desprezo de Kit Harington ao decapitar Janos Slynt foi excelente. Como esperado, ele não aceita a proposta de Stannis de ajudar a conquistar o Norte em troca do reconhecimento como Stark. Como o Baratheon lembrou, ele é tão fiel quanto seu pai fora. A minha pergunta agora é quando Stannis partirá e o que os selvagens farão.
Do outro lado do Mar Estreito, em Volantis, Tyrion é capturado por Jorah. Sobre isso, prefiro aguardar os próximos capítulos para falar sobre.
Vou finalizar com a personagem que deu início à crítica, Cersei. O retorno de seu primo ainda no primeiro episódio começa a se justificar. Os Pardais, grupo religioso, estão ganhando destaque na série. Fé e poder sempre caminharam muito próximos - Melisandre está aí para provar isso -, no entanto, na trama de Porto Real, a fé nunca desempenhou grande papel. Onde Cersei entra nessa história? Ela está enfraquecida, e aproveitará qualquer oportunidade para recuperar ao menos parte do que perdeu. O que sua mente cruel está tramando, eu não sei. Só sei que não é bom mexer com ela. Com nenhuma delas.
Nos vemos na próxima semana com o vídeo do que rolou no episódio quatro e daqui a duas semanas com a crítica dos episódios quatro e cinco. Até lá!
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