Uma das artistas brasileiras de maior presença no circuito internacional, Regina Silveira apresenta ao público, a partir de hoje, na Fundação Iberê Camargo (Avenida Padre Cacique, 2.000), na Capital, a exposição Mil e Um Dias e Outros Enigmas. Estão em exibição, até 29 de maio, obras desde a década de 1980, com foco na produção recente, dos anos 2000.
Radicada em São Paulo desde 1973, Regina esteve em Porto Alegre no ano passado para a mostra Derrapagens, na Galeria Bolsa de Arte, e volta à cidade natal para uma exposição imperdível por diversos motivos. Confira alguns deles.
1 - Artista agrada leigos e iniciados
Embora o trabalho de Regina Silveira seja complexo sob diversos aspectos (fruto de décadas de pesquisa e experimentação), é acessível mesmo para o público não especializado, que ficará intrigado com os paradoxos, os jogos de sombra e luz e com os temas presentes nas obras. Não deixe de conferir, por exemplo, as curiosas imagens de insetos nas paredes, no chão e em uma mesa com porcelanas, que remetem às pragas bíblicas, no segundo piso do museu.
2 - Obras interagem com o museu
Desde a parte externa, de onde se observa a instalação Atractor (uma aplicação em vinil com a palavra "luz", criada especialmente para a fachada do museu), fica claro o interesse da artista em dialogar com a arquitetura. As obras se moldam aos espaços - sejam as salas com instalações, sejam as paredes com imagens projetadas. Preste atenção, também, em como a arquitetura interna do prédio projetado por Álvaro Siza permite uma visão panorâmica de praticamente todas as salas, enriquecendo a experiência do público.
3 - De Porto Alegre para o mundo
Nos últimos anos, a porto-alegrense Regina Silveira expôs na Espanha (2005), na Dinamarca (2009) e em Taiwan (2006). É uma das artistas brasileiras que mais circulam no Exterior. Desde cedo, mostrou seus trabalhos pelo mundo, tendo morado ou passado temporadas em Porto Rico, Espanha e Estados Unidos.
4 - Mostra consolida retrospectiva
Diferentemente de exposições que privilegiam um período ou vertente de um artista, Mil e Um Dias e Outros Enigmas (que tem seu título emprestado da obra Mil e Um Dias) apresenta um panorama com diversos aspectos do trabalho de Regina Silveira: instalações, projeções, intervenções e desenhos. O desafio de consolidar a proposta coube ao curador colombiano José Roca.
5 - Iberê foi mestre da artista
A exposição ocorre no museu que leva o nome de um de seus professores. A influência de Iberê era mais pronunciada em seus primeiros trabalhos, mas permanece na "atitude" frente à arte, como define Regina.