Músico argentino nascido em Buenos Aires e naturalizado brasileiro, o maestro Tulio Belardi morreu na madrugada desta quarta-feira (3), aos 89 anos, em Porto Alegre. Por pouco mais de 35 anos ele foi integrante da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), onde desempenhou diversas funções, inclusive a de maestro.
A Ospa divulgou uma nota de pesar destacando a importância de Belardi para a música erudita, a ópera e o canto lírico. "Ele deu continuidade ao trabalho do maestro Pablo Komlós, que era outro apaixonado por ópera. Insistia no desenvolvimento da ópera e, por conta disso, muita coisa boa aconteceu em Porto Alegre", disse, no comunicado, o atual regente, Evandro Matté.
Violinista da Ospa, Elsdor Lenhart lembra dos concertos regidos por Belardi com repertório dedicado ao tango, além das apresentações da orquestra pelo interior do Estado. Eram eventos que sempre lotavam. "Ele era muito popular, carismático e respeitado pelos músicos e o público”, conta o músico.
Filho do violinista Mario Belardi, Tulio Belardi nasceu em Buenos Aires, em 1935, e posteriormente naturalizou-se brasileiro. Formou-se violinista e regente no Conservatório Universitário de Montevidéu, no Uruguai, e no Teatro Colón, na Argentina, tendo conduzido as principais orquestras de Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia e Venezuela.
Em 1970, foi convidado pelo maestro Pablo Komlós, então regente da Ospa, para tocar na orquestra de Porto Alegre. Belardi foi músico, regente auxiliar de Komlós, professor e depois coordenador do Conservatório Pablo Komlós, regente do Coro Sinfônico, regente da Orquestra de Câmara, regente titular e diretor artístico. Permaneceu até 2006.
Ele foi velado no Cemitério Angelus Memorial, em Porto Alegre, e será enterrado no mesmo local, a partir das 17h30 desta quarta-feira.