A BMG, gravadora e empresa de gerenciamento musical, optou por encerrar a parceria de quase uma década com Roger Waters, ex-Pink Floyd, devido a declarações do músico sobre os conflitos na Ucrânia e entre Israel e Hamas. A informação foi divulgada pela Variety e confirmada pelo The Guardian.
Thomas Coesfeld, o novo presidente do grupo alemão, que assumiu o cargo em 2023, tomou a decisão de romper o contrato com o artista, que incluía o lançamento de uma nova versão do clássico álbum Dark Side of the Moon (1973).
A decisão da BMG de cortar todos os laços com Roger Waters, que detém um dos catálogos musicais mais lucrativos do mundo, avaliado em torno de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões), vem em resposta a polêmicas do músico. Waters tem sido acusado de antissemitismo e de propagar discursos preconceituosos e xenofóbicos contra judeus, especialmente por defender a causa palestina e apoiar o boicote a Israel.
De acordo com O Globo, em entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, em novembro de 2023, Waters afirmou que a decisão da BMG foi influenciada pelos interesses pró-Israel da Bertelsmann Music Group, empresa dona da gravadora. O músico negou ser antissemita, afirmando que sua oposição se baseia na defesa dos direitos humanos.
Em 2017, ele já havia falado sobre o assunto referente a Israel:
— Não tenho nada contra Israel, muito menos contra judeus ou o judaísmo. Mas sou fundamentalmente contra a ideia de pessoas serem subjugadas e privadas de seus direitos. Expressei esse meu posicionamento, e aí sugeriram que eu fosse antissemita, o que não é verdade. Irei para o meu túmulo defendendo os direitos das pessoas comuns — afirmou o cantor ao O Globo, na ocasião.
Waters também enfrentou controvérsias por sua conduta em apresentações ao vivo. Em abril do ano passado, ele foi alvo de uma investigação policial na Alemanha por utilizar um traje de estilo nazista durante um show em Berlim. De acordo com o músico, sua performance foi uma crítica ao fascismo e ao nazismo.
Além disso, seus comentários sobre a guerra na Ucrânia, feitos em uma intervenção no Conselho de Segurança das Nações Unidas a convite da Rússia, geraram polêmica ao sugerir que o país invadido teria dado motivos para a ação militar.