Não tem tempo ruim para quem quer fazer festa e curtir boa música. Foi nesta batida que o público entrou no primeiro dia do Festival Turá, neste sábado (18), no Anfiteatro Pôr do Sol. Quem marca presença no evento pouco se importa com o barro no local, devido à chuva dos últimos dias na Capital. O lance é entrar no ritmo e aproveitar o momento.
O casal Adriana Baptista, psicóloga, 54 anos, e Daniel Baptista, arquiteto, 58, chegou cedo no evento. Afinal, queriam curtir desde a apresentação do Império da Lã, primeira atração do dia. A dupla, que se instalou em duas cadeiras de praia — das várias espalhadas pelo evento — estava feliz da vida.
— Está tudo muito bem organizado, tudo bem legal. Fomos bem recebidos e até o tempo foi legal e decidiu abrir (risos) — celebra Adriana.
— Achei tudo show de bola. Só faltou a barraca para a gente acampar aqui (risos) — brinca Daniel.
Para eles, que têm grande expectativa para Alceu Valença e Emicida, a decisão de tirar o Turá do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, e puxar para o Anfiteatro Pôr do Sol foi um acerto.
— Este é o espaço de música da cidade, apesar de estar sucateado — defende Adriana. — A música conversa com a alma e fez até o sol abrir.
Bem deitado em uma das redes espalhadas pelo festival estava o despachante Guilherme Motta, 35 anos. Ele estava acompanhado da esposa Karine Rodrigues, professora, 34, que puxou uma cadeira para ficar descansando ao lado do companheiro.
— A estrutura tá tri boa. Não deu tranqueira para chegar aqui e ainda tem a rede, que está um pouco úmida por causa da chuva, mas já estava esperando por isso. Por mim, ficaria aqui, curtindo as músicas tranquilão até amanhã — conta Motta.
— Eu achei tri massa, bonito, colorido, diferente da cidade, que fica mais tempo cinza — diz Karine.
O casal, fã de Alceu Valença e Emicida, celebra a onda de festivais que estão ocorrendo no Rio Grande do Sul, vindo na esteira do Planeta Atlântida. Para eles, é uma forma diferente de curtir shows, passando o dia inteiro mergulhados em música.
Mas e a acessibilidade no meio de um terreno com poças d'água, lama, grama, brita e muita gente? Cadeirante, o professor de música Vagner Tadeu da Silva, 32 anos, estava sendo ajudado pela prima Renata Ávila dos Reis, técnica de logística, 23, a se locomover pelo terreno acidentado. Os dois são moradores de Cachoeirinha.
— O chão, por causa da chuva, está complicado, mas isso não é culpa do festival. Eles não tinham como parar isso. Já o espaço dedicado para os PCDs, que fica na frente do palco, é ótimo — enfatiza o professor de música fã de Emicida, destacando que a organização deu fones de ouvido para um deficiente auditivo, além de colocar um intérprete de libras no telão durante os shows.
— Por causa da chuva, realmente, a cadeira estava trancando um pouco, aí dificultou para a gente transitar, mas nada que atrapalhasse muito — conta Renata, que tinha acabado de curtir o show da banda que mais aguardava: Papas da Língua.
Programação completa
Sábado, 18 de novembro
- 13h50min - Bloco Império da Lã
- 15h20min - Jup do Bairro
- 16h10min - Céu Bar + Arte by Johnny 420
- 16h45min - Papas da Língua
- 17h45min - Blow Up
- 18h20min - Alceu Valença
- 19h20min - Cabaret
- 19h55min - Fresno convida Pitty
- 21h05min - Cadê Tereza? por Nanni Rios
- 21h40min - Emicida
Domingo, 19 de novembro
- 14h - Bloco da Laje
- 15h30min - Francisco, el Hombre
- 16h30min - Morrostock
- 17h05min - Marina Sena
- 18h05min - Carol Sanches & Raquel Pianta
- 18h40min - Duda Beat
- 19h40min - DJ Chernobyl
- 20h15min - Baco Exu do Blues
- 21h15min - Cadê Tereza? por Nanni Rios
- 21h50min - Caetano Veloso