Se foram os dias de espera. Diante de um Auditório Araújo Vianna lotado, a Reação em Cadeia volta a se apresentar em Porto Alegre nesta sexta-feira (14), a partir das 21h30min. Restam poucos ingressos para o show.
A banda, que retomou as atividades no Planeta Atlântida 2023, após seis anos de pausa, traz a turnê Até Parar de Bater à capital gaúcha. Liderada pelo vocalista e guitarrista Jonathan Dörr, a Reação em Cadeia que subirá ao palco do Araújo conta nesta formação com Thissi Bergmann (guitarra), Elias Frenzel (bateria), Eduardo Panda (guitarra) e Tiago Medeiros (baixo).
Em Até Parar de Bater, que referencia faixa do disco de estreia, Neural (2002), o grupo despeja hits que, seguramente, uma boa porcentagem de quem foi jovem e viveu pelo Sul nos anos 2000 vai reconhecer. Não é só o hino Me Odeie: Infierno, Espero, Eu Não Pertenço a Você, Quase Amor e Os Dias, entre outras músicas que costumam entrar no repertório da turnê, promovem uma carga nostálgica no público.
Segundo Jonathan, os shows da Reação na retomada têm uma nova abordagem, com mais interatividade. Desde o retorno no Planeta, em 4 de fevereiro, o grupo realizou sete apresentações enchendo casas em cidades gaúchas e catarinenses. O vocalista tem percebido uma comoção nos fãs nesse retorno. A sensação, para ele, é de ter voltado para o início da explosão da banda.
— O público está com mais energia para participar e se entregar ao show — relata Jonathan. — Toda noite eu faço a mesma pergunta: "Quem já viu um show da Reação?", e muita gente levanta a mão. E também questiono: "Quem nunca viu?", e uma galera levanta a mão. Pessoas na casa dos 20 anos, quase a idade da banda, nos vendo pela primeira vez. Há muita renovação de público.
O vocalista, que também é o compositor das canções da banda, acrescenta que o contato presencial com o público da Reação tem dado um novo significado às músicas que ele escreveu. Boa parte do repertório do show é ocupada com faixas dos álbuns Neural e Resto (2004), que contêm letras de desilusões amorosas que expressam outro momento da vida de Jonathan.
— Quando começo a cantar e vejo as pessoas se emocionando com aquilo, elas me trazem um novo sentido para aquelas letras. É uma troca — diz. — Me entrego todas as noites para cantar aquilo. Talvez não seja a mesma sensação daquele momento lá de trás, mas o público fez com que as letras mudassem de significado para mim de uma forma melhor.
Sem parar de bater
De acordo com Jonathan, a Reação deve focar a turnê na região Sul do Brasil, onde ele atesta que a banda tem uma representatividade maior. Contudo, o grupo também está com show marcado para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O vocalista conta que o plano é "ir sentindo até onde a turnê vai dar pé", avançando na medida do possível.
Entre uma viagem e outra, a Reação deve produzir material novo. Aliás, a banda lançou na semana passada o single Canção da Despedida.
A música sempre circulou entre os fãs mais cativos da Reação, como um bootleg extraído de um ensaio dos primórdios da banda, que foi fundada em Novo Hamburgo em 1999. Jonathan lembra que em nenhuma das vezes em que o grupo tentou gravar a faixa se obteve o resultado que ele buscava.
— Chegou o momento de Canção da Despedida brilhar, com um arranjo definitivo. Isso é um prelúdio do que vai acontecer em termos de produção de conteúdo da banda — aponta o compositor.
Esse prelúdio em nada tem a ver com o projeto que Jonathan comentou anteriormente de regravar Neural e Resto. Aliás, a produção das novas roupagens desses dois álbuns foram pausadas. Algumas incertezas e hesitações tomam conta do vocalista no processo.
— Não quero que isso vire um Chinese Democracy (disco do Guns N’ Roses que levou anos para ser lançado) — ressalta. — Mas há muita coisa acontecendo. Mexer em certos trabalhos é tipo desenhar um bigode na Mona Lisa, pode estragar tudo. Temos que ter cuidado. Vale a pena fazer isso? Preciso fazer isso? Ainda estou lidando com essas reflexões filosóficas-artísticas.
Agora, sobre um disco novo, a história é outra. Jonathan está rascunhando novas composições, mas ainda não tem certeza se tem material para gravar um álbum, embora essa seja sua intenção. O último trabalho de estúdio lançado pela Reação, Enfim Dezembro (2010), já se aproxima dos 15 anos.
— Tive que dar uma pausa na composição nos últimos dias, porque a estrada tomou nosso tempo. Assim que tiver uma brecha para entrar em estúdio e experimentar algumas coisas rabiscadas, aí vou ter uma real noção do material — pontua.
Reação em Cadeia — "Até Parar de Bater"
- Nesta sexta-feira (14), às 21h30min, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685).
- Abertura da casa: 19h. Classificação: 16 anos.
- Ingressos: a partir de R$ 100 (solidário, mediante doação de 1 kg de alimento não perecível). Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante.
- Ponto de venda com taxa: pelo site da Sympla. Pontos sem taxa: Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2.611 – Loja 249, das 10h às 22h) e bilheteria do Araújo Vianna (aberta somente no dia do evento, duas horas antes do show).