Oito pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil do Ceará na quarta-feira (29) por vacinação irregular contra a covid-19. Entre elas, o cantor Wesley Safadão e a esposa dele, Thyane Dantas, que terão de responder na Justiça pelos crimes de peculato e infração de medida sanitária. A informação foi confirmada pela própria polícia, em publicação no site da Secretaria de Segurança Pública Estadual.
Conforme a nota oficial, o inquérito foi enviado à Justiça e seguirá para apreciação. Além de Safadão e Thyane, outras cinco pessoas responderão pelo mesmo crime. Já a assessora do cantor, Sabrina Tavares, foi indiciada apenas pelo crime de infração de medida sanitária. Ao todo, as penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão.
Segundo a Polícia Civil, a vacinação de Safadão, Thyane e Sabrina "decorreu de um prévio ajuste entre elas, uma pessoa próxima ao cantor e uma outra pessoa, que por sua vez, possuía contato com os três servidores públicos, descartando a hipótese de coincidência despropositada e/ou falha, a título de culpa, das pessoas que trabalhavam no local". Também foi verificado que não ocorreu nenhuma vantagem financeira entre as partes envolvidas.
As investigações duraram cerca de dois meses e foram apuradas após Thyane ser vista com Safadão, nas redes sociais, recebendo a vacina. Ela estava com 30 anos e a faixa de vacinação na época era de 32 anos ou mais. Além disso, Safadão e Sabrina teriam sido imunizados em local diferente do pré-agendado. A investigação apura se a mudança foi uma forma de escolher a vacina.
Durante o processo, Safadão e Thyane negaram qualquer irregularidade e alegaram que ela teria sido vacinada com doses da xepa. No entanto, a prefeitura de Fortaleza descartou esta possibilidade, ressaltando que não havia aplicação dessas doses no horário em que ela foi imunizada. No total, 19 pessoas foram ouvidas.
O crime de peculato, que foi atribuído a Safadão e Thyane, refere-se a apropriação de funcionário público com dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. A pena prevista de reclusão é de dois a 12 anos e multa.
Até o momento, o cantor não se pronunciou sobre o caso.