O maestro Mário Guedes Peixoto, um dos maiores nomes da música popular pernambucana, morreu no Recife na madrugada de domingo (15). Aos 89 anos, ele convivia com alguns problemas de saúde e era um paciente safenado há 30 anos. De acordo com a família, Guedes Peixoto teve um infarto do miocárdio e morreu em um hospital particular da capital pernambucana. O velório e o enterro foram realizados na tarde de domingo, no cemitério de Santo Amaro, que fica no centro da cidade.
De acordo o filho do maestro, Mário Oliveira Guedes, o pai tinha apenas 30% da visão e as duas pernas amputadas por causa de uma diabetes em nível avançado, mas estava bem e em casa.
— Meu pai estava bem, estável, ele era diabético e safenado há 30 anos, mas tomava as medicações corretamente e estava bem. Começou a se sentir um pouco mole, um pouco fraco, e nós chamamos uma ambulância para socorrer. Foi tudo muito rápido, ele faleceu pouco depois de chegar ao hospital, na madrugada do dia 15, de um infarto — contou Mário.
Nascido em Goiana, na região da Zona da Mata Norte, o maestro comandou diversas orquestras, tendo se dedicado intensamente ao frevo. Na música erudita, foi responsável pela Orquestra Sinfônica do Recife entre 1975 e 1984. Compôs diversas peças eruditas, trazendo nelas referências dos ritmos nordestinos. Também foi compositor de frevos de rua e canção.
Guedes Peixoto foi responsável pela formação de vários músicos, além de incentivar outros maestros, como Edson Rodrigues e Spok. Em 2020, completam-se 60 anos da primeira gravação do maestro, a canção Barbosa Filho no Frevo, pelo selo Mocambo (da Gravadora Rozenblit). E, em 2019, a Orquestra Sinfônica do Recife fez uma homenagem à obra de Guedes Peixoto.
A Secretaria de Cultura e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco lamentaram a perda do maestro por meio de nota, na qual afirmam que ele foi um dos mais famosos regentes de baile e compositores de frevo do Estado.