Uma das vozes mais potentes da nossa música contemporânea, Iza recebeu Alcione no palco Sunset do Rock in Rio.
— Minha maior inspiração, uma das maiores cantoras da música brasileira de todos os tempos — disse a mais jovem.
Com uma presença magnética, a histórica sambista chegou colocando uma multidão para cantar com Não Deixe o Samba Morrer. O show, neste domingo (29), foi um dos mais celebrados do palco secundário do festival.
Trocando elogios, elas mostraram entrosamento e uma ligação profunda com a música negra, seja ela o samba ou o soul. Elas mostraram técnica afiada na versão de Chains, de Aretha Franklin, emocionaram com Você Me Vira a Cabeça.
— Traz a minha cadeirinha — pediu Alcione, cansada, ao fim do show.
Elas ainda dividiram o microfone no hit Meu Ébano e no samba Gostoso Veneno. Com uma satisfação contagiante, Iza lembrou do Rock in Rio de 2015, em que ficou emocionada ao ver o show do cantor inglês Sam Smith. Ela disse que "ajoelhou e pediu a Deus" para tocar em uma edição futura do festival. Na época, ela era conhecida por fazer covers de músicas famosas no YouTube, fama que a fez ser contratada pela Universal. Sua estreia em disco foi no ano passado, com Dona de Mim, que mistura influências do axé ao hip-hop, tendo a música pop eletrônica como fio condutor.
No Rock in Rio, ela se apresentou com uma numerosa banda, dando mais variação e balanço às performances. Músicas como Toda Sua, Ginga — single em parceria com Rincon Sapiência —, o reggae Brisa e a romântica com sabor R&B Meu Talismã soaram grandiosas com a instrumentação ao vivo.
Nas mais eletrônicas, como Bateu, ela conquistou o público com danças intensas, praticamente largando o microfone para se dedicar aos passos. Ela até chamou uma menina de nove anos, Luana, que rebolou com Iza e conquistou a simpatia irrestrita da plateia.
Por estar em uma grande gravadora, Iza naturalmente tem mais abertura nas escalações de festivais grandes como o Rock in Rio. A participação efusiva e constante de uma multidão, como já havia sido no Lollapalooza deste ano, contudo, justifica a presença dela em horários até mais privilegiados desses eventos.
Um dos pontos altos foi uma versão de Maria Maria, clássico de Milton Nascimento, com o público carioca cantando junto e batendo palmas. O show acabou com Dona de Mim e Pesadão, o single mais conhecido de Iza, que deixou o palco extasiada.